O duo inglês Pet Shop Boys se prepara para lançar “Elysium”, o mais recente trabalho de inéditas composto por Neil Tennant e Chris Lowe desde “Yes”, de 2009, embora no ano passado eles tenham produzido e criado a trilha sonora para o ballet The Most Incredible Thing e que resultou em um álbum homônimo.
Previsto para chegar ao mercado no começo de setembro, o disco “desembarca” primeiro no Japão, no dia 05. Com uma proposta um pouco diferente do antecessor, “Elysium” não se concentra unicamente em pistas de dança, como já era possível perceber nos primeiros singles, “Invisible” e “Winner” divulgados em junho e agosto, respectivamente.
Logo na faixa de abertura, “Leaving”, a dupla escapa do lugar comum e desabafa para um amor perdido: “Eu sei que já deu e você está indo embora/Se não tenho tempo para decidir sobre sua liberdade/Ao menos encontro esperança para acreditar no amor”. Com um arranjo que lembra o pop contemporâneo “Your early stuff” se confunde com qualquer canção de Rihanna ou qualquer astro pop do momento, o que deixa essa faixa em um patamar inferior ao costumeiro trabalho do Pet Shop Boys. Os versos “E aí, qual seu nome?/De qualquer forma, qual o seu nome?” dão uma ideia do que esperar.
“Face like that” vem para apaziguar a decepção com a faixa anterior. Retornando ao synthpop que consagrou o duo, a música tem um refrão fácil e contagiante e que funciona bem com os efeitos utilizados na voz de Tennant. “Breathing space” não deixa dúvidas de que se trata de um álbum mais lento, consolidando a inevitável maturidade que se compensa através da esperança por algo que não se conhece. “Há um lugar além, deste mundo/Onde as montanhas encontram os céus/É um estado diferente da mente/Como um sonho onde você pode voar” reflete a letra.
Mesmo “Ego music” que poder considerada a mais rapidinha do disco soa estranha ao “padrão Pet Shop Boys”, no entanto, ainda assim, é a que mais se aproxima do que Tennant e Lowe construíram nos anos 80. Já “Hold on” começa a capella em uma referência nada velada a “Bohemian rapsody” e que se estende por toda a canção. Lenta e com uma letra repleta de espiritualidade, ela não impressiona e confirma a dimensão do disco.
Nova roupagem
A diferença que se percebe em faixas como “Memory of the future” e ‘Requiem in denim and leopardskin” poder ser explicada pela experiência que o duo fez ao trabalhar com o produtor Andrew Dawson, responsável pelo disco “My Beautiful Dark Twisted Fantasy” de Kanye West, que lhe rendeu um Grammy.
Caminha para a fusão entre o pop, o funk e a black music, o Pet Shop Boys trilha seu caminho nesse começo da segunda década dos anos 2000.