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Drica Moraes: ‘Ter estado doente me deu uma visão do bastidor da medicina’

Drica Moraes é a novidade da terceira – e última – temporada de Sob Pressão, que vai ao ar dia 2 de maio, na Globo. Faz a dra. Vera, uma infectologista de maus bofes que vai trabalhar com dra. Carolina/Marjorie Estiano e dr. Evandro/Julio Andrade. Dra. Vera não aparece no primeiro episódio, mas, antes mesmo de conhecê-la, você pode ter certeza que a série reserva uma surpresa, uma revelação sobre o passado dessa mulher, que ajuda a explicar (e entender) quem ela é.

Quem é essa dra. Vera?

Não posso dizer porque essa é a revelação final, mas o que posso dizer é que ela se transforma. Começa de um jeito e termina de outro. Humaniza-se. Vera tem um passado muito pesado e, no contato com os médicos, vai se limpando, depurando. É uma personagem complexa, que me deu prazer de fazer, mas também exigiu muito.

Em que sentido?

Não é segredo que eu estive muito doente e passei por um processo longo de tratamento. Não era o SUS, mas isso me deu uma visão do bastidor da medicina. E tem a família. Meu marido é médico, minha irmã, meu cunhado, todo mundo é médico. Então eu conheço os dois lados dessa história. Aprendi a conhecer mais os médicos, enfermeiros. Ator tem essa coisa, a gente observa muito. Estava lutando pela minha vida, e aquelas pessoas passaram a fazer parte dela. Então a série me permitiu agregar o que observei, o que vivi.

Você contou que o realismo é uma coisa brutal…

É muito verdadeiro. Eu ia lá na maquiagem só para retocar, passar um pó para tirar o brilho, essas coisas, e chegava lá e via todas aquelas pessoas sendo maquiadas para coisas muito mais fortes. Tiros, feridas pavorosas. Era uma coisa horrível de ver, mas acho que Sob Pressão necessita mesmo desse realismo que pode se tornar nauseante.

Dra. Vera fica amiga da dra. Carolina, é isso?

Ficam, essa coisa de ter filhos une muito as mulheres. A Carolina quer, o Evandro não quer. Então essa questão da gravidez, da maternidade e da paternidade vai ser importante na série.

Já se sabe que a dra. Vera é truculenta. Por quê?

Acho que é uma carranca, uma proteção que as pessoas desenvolvem. De tanto conviver com essa realidade, as pessoas ficam mais frias, até para se proteger. A Vera é supercompetente, mas embrutece, e o meu desafio foi resgatar a humanidade dela. Gosto de dizer que lidar com a saúde pública, mesmo numa ficção, termina por indignar a gente. É tanto descaso das políticas públicas. Sob Pressão põe o dedo da ferida.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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