Uma fina ironia se faz presente aos longo dos 98 minutos de “A Vida Durante a Guerra”, de Todd Solondz, produção que chega hoje aos cinemas. Para quem acompanha a carreira do diretor, o filme, que participou do Festival de Veneza do ano passado, é uma possibilidade de rever personagens e temas que já apareceram em outras obras assinadas pelo cineasta americano, como “Felicidade” (1998), “Bem-Vindo à Casa das Bonecas” (1995) e “Palíndromos” (2004).

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A estreia parte dos preparativos para o bar mitzvah de Timmy (Dylan Riley Snyder). Filho do meio de Trish, papel de Allison Janney, o garoto está trabalhando no discurso que fará no dia da cerimônia judaica, ou seja, ‘quando se tornar um homem de verdade’. A descoberta de que seu pai não está morto, e sim preso por pedofilia, mexe com o universo de Timmy, que passa a ser vítima de bullying por parte dos colegas de classe. Dúvidas como a semelhança de pedófilos com terroristas invadem a cabeça do menino, que é pessimamente orientado pela mãe.

Enquanto isso, Trish tenta retomar a vida com um novo casamento. Marcada pela prisão do marido, ela aposta todas as fichas num romance com um homem mais velho (Michael Lerner). O que ela não sabe é que Bill (Ciarán Hinds), seu ex-marido, foi recentemente solto. Longe da prisão, a figura atormentada de Bill busca redenção num encontro com o filho mais velho, Billy, que está na faculdade. Cria-se uma expectativa com relação ao personagem, que parece estar prestes a ter uma recaída.

Algum tipo de perversão também marca o relacionamento de Joy, irmã de Trish, que sai de casa, abandona o marido e vai passar alguns dias com a mãe. A figura estranha tem ainda um dom pra lá de inusitado – é capaz de ver o ex-namorado, que cometeu suicídio. E pior: ele insiste para que voltem a ficar juntos. As informações são do Jornal da Tarde.

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