São Paulo

– Ao lado de Burt Ward (o Robin almofadinha do seriado de TV), Agnes Moorehead (a sogra Endora, de “A Feiticeira”) e Kami Cotler (a chatinha Elizabeth, de “Os Waltons”), ele foi um dos maiores coadjuvantes dos seriados de TV em todos os tempos. Certamente, as novas gerações incluirão Kenny, do “South Park”, nessa lista, mas Jonathan Harris, o Dr. Smith, é um culto passadista, de quarentões – para se ter uma idéia, o futuro para eles aconteceria em 1997.

Harris morreu no domingo em Los Angeles, aos 87 anos. Era para sempre o Dr. Zachary Smith da série televisiva “Perdidos no Espaço”, que estreou nos anos 60, ainda na TV em preto-e-branco, e atravessou os anos em reprises inconstantes. Em 1998, ganhou um remake no cinema (“Lost in Space”), no qual o Dr. Smith foi interpretado pelo vilão moderno Gary Oldman.

Mas Oldman não deu conta do recado, embora seja bom. O vilão dissimulado e sabotador que habitou nossa infância era cheio de maneirismos. Era principalmente covarde, incapaz de um ato de grandeza. Ao mesmo tempo que era afetado e diabólico, também era ingênuo e tinha rasgos de consciência. Tinha um quadril grandão, umas sobrancelhas de duende, e a voz propositadamente afeminada.

Nos Estados Unidos, a série de tevê “Perdidos no Espaço” foi ao ar de 1965 a 1968, e teve 83 episódios. Conta-se que foi lançada um ano antes de outro seriado fantástico, “Jornada nas Estrelas”, e que este último chegou a ser recusado pela CBS porque a emissora já tinha uma série de ficção científica.

A história é a seguinte: uma família da Terra é selecionada entre milhares de voluntários para colonizar uma nova e promissora constelação, Alfa Centauro. Mas, por causa de um acidente (leia-se: Dr. Smith), perdem-se no espaço e ficam à procura de algo que seja parecido com sua casa.

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