Dor e fúria de Hillary viram livro

Washington – Hillary Clinton reagiu com lágrimas e fúria ao ouvir do marido, o então presidente Bill Clinton, o relato sobre o caso dele com a estagiária Monica Lewinsky. O ex-presidente mentiu para ela sobre o relacionamento com a estagiária até o fim da semana em que confessou o romance diante de um grande júri.

A reação de Hillary está em Living History, uma autobiografia que abrange seus oito anos na Casa Branca. O livro de 576 páginas levou dois anos para ficar pronto e rendeu à senadora algo em torno de US$ 8 milhões. A Publisher Simon & Schuster, prevendo uma extraordinária procura, está imprimindo uma primeira edição de 1 milhão de cópias. Uma cópia do livro, que começa a ser vendido na segunda-feira nos Estados Unidos, foi obtida pela reportagem.

“As decisões mais difíceis que tomei em toda a minha vida foram continuar casada com Bill e me candidatar ao Senado por Nova York”, diz Hillary em seu livro. Hillary afirma que acreditou na versão inicial de Clinton: que Monica era apenas uma estagiária à qual o presidente havia ajudado a conseguir emprego. “Para mim o caso Lewinsky parecia somente outro escândalo mal intencionado fabricado por opositores políticos.”

Seis meses depois, enquanto o presidente se preparava para depor diante de um grande júri, Hillary continuava acreditando que Clinton não havia feito nada de mal. Então ele a acordou na manhã de um sábado, 15 de agosto de 1998, deu alguns passos junto à cama e “pela primeira vez disse que a situação era muito mais grave do que ele vinha admitindo”.

“Ele me disse que o que havia ocorrido (entre ele e Monica) foi breve e esporádico.” Ele estava envergonhado e sabia que ela se enojaria, recorda Hillary. “Eu mal podia respirar. Abrindo a boca para aspirar o ar, comecei a chorar. “O que quer dizer? O que disse? Por que mentiu?? Estava furiosa e enojada cada vez mais. Ele apenas manteve-se em pé dizendo repetidamente – “Eu sinto muito. Estava tentando proteger você e a Chelsea?. Eu fiquei atônita, desgarrada interiormente e indignada porque havia acreditado”, disse.

Lágrimas

Segundo ela, Clinton chorou quando disse que teria de confessar tudo à filha adolescente do casal. Finalmente decidiu que ainda amava seu marido, mesmo que “como esposa queria enforcar Bill”. Segundo ela, após o testemunho de Clinton, o casal tirou férias em Marha?s Vineyard.

“Buddy, o cachorro, foi junto para fazer companhia a Bill. Era o único membro da família disposto a acompanhá-lo.” Na ilha, ela disse ter sentido “profunda tristeza, desilusão e fúria. Quase não podia falar com Bill e quando o fazia era com ódio”. Segundo ela, a decisão de se candidatar ao Senado por Nova York foi um terapêutica para o casal. “Bill e eu falamos de outros assuntos além do futuro da nossa relação. Com o tempo, nos acalmamos”. Hillary venceu Rick Lazio em 2000 e assumiu a cadeira em janeiro de 2001, o mesmo mês em que Clinton deixou a Casa Branca. Ela diz ainda que, no último dia na mansão presidencial, dançou uma valsa com Clinton em um dos salões da casa. Apesar do capital político da senadora estar aumentando, ela descarta se candidatar à Presidência dos EUA nas próximas eleições. O livro já tem os direitos vendidos para 16 países.

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