A banda de jovens cariocas Dônica abriu as atividades do Rock in Rio 2015 nesta sexta-feira, 18, no Palco Sunset, o secundário do festival, com toda a pompa de novidade fresquinha da cena alternativa carioca. São todos jovens, cabeludos e reverentes ao som setentista. A cuca fresca em cima do palco, contudo, não correspondia ao cenário em frente a eles.
Com exceção da zona em frente ao palco, cuja sombra proporcionava algum alívio diante dos 36º que marcavam os termômetros às 15 horas, no Rio de Janeiro, todo o resto da Cidade do Rock, arena montada em Jacarepaguá, fervia.
No palco, o Dônica mostrava algo que faltou no disco de estreia, que leva o nome do grupo, lançado neste ano. O refinamento abusivo do disco ganha com a inconsistência do palco. E isso é um elogio. Deixa-se o perfeccionismo de estúdio e adquire-se alma.
Viagens psicodélicas dos anos 1970, como a longa introdução instrumental, contudo, não são capaz de funcionar debaixo de um sol escaldante. Nem com sombra e água fresca. Destaques que exibiram alguma reação do público foram Macaco No Caiaque e a boa Bicho Burro.
A presença de Arthur Verocai, maestro de renome do cenário brasileiro, foi ofuscada pelo implacável astro rei.
Tom Veloso, o filho de Caetano Veloso e Paula Lavigne (esta, presente na plateia) é “integrante fantasma” da banda, que assina as composições mas não aparece ao vivo. No Sunset, ele subiu ao palco algumas vezes, com violão.