Margarita Wasserman

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domingo290707.jpg15 de julho. Levantei muito cedo, fui até o supermercado comprar pão para o café e já me irritei. Pô. Mas desde cedo esta gente não dá trégua? Ultimamente respondo, agressiva: Vá trabalhar! Não tem vergonha de pedir pra uma velha?

A situação está insustentável.

Tomei meu café e resolvi sair a fim de arejar. Ao me aproximar do prédio da reitoria, na XV, vi muitos ônibus de turismo, ali estacionados. Aproximei-me de um grupo de moças e fiquei sabendo que eram de Uberlândia. Também conversei com um grupo que veio de Goiânia. Fui informada de que estava começando um congresso dos estudantes do curso de Letras. Terá a duração de uma semana.

Um moço de nome Felipe me falou que era de Araraquara. ?Fica no Estado de São Paulo. Sabe??

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Então pensei que aquelas meninas mineiras, com tantas trocas de informações, vão aprender quem é O Vampiro de Curitiba.

Já era hora de voltar para casa, mas antes resolvi dar uma passada no supermercado, apenas para comprar pão para o café da manhã, de segunda-feira. Encontrei uns pacotes com uns pãezinhos esquisitos. Um papel explicava, para os desavisados, que era pão d?água… Mostrei os tais pães para o senhor Waldomiro, que se irritou. ?Essa gente não sabe mais fazer uma massa gostosa. Isso não é, nem nunca foi pãozinho d?água.?

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Dias depois lembrei que lá pelos anos 1930, eu menina, escutei um velho judeu contar que o fermento para o pão, em sua cidadezinha natal, na Europa, era preparado de acordo com a temperatura ambiente.

Margarita Wasserman é escritora e membro do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná.