No final da manhã desta terça-feira, dia 22, foi realizado o primeiro debate da 38.ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, que teve como tema o filme de abertura Oscar Niemeyer: A vida é um sopro, exibido hors-concours na noite do dia 21. Fizeram parte da mesa Fabiano Maciel, diretor do filme, e Marcos Oliveira, diretor de fotografia. Os jornalistas Luiz Zanin Oricchio e Maria do Rosário Caetano mediaram o debate.

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Fabiano Maciel falou dos desafios na elaboração do documentário sobre a obra de Oscar Niemeyer, ao qual se dedicou durante 8 anos. Seu principal objetivo era traduzir o discurso do arquiteto em imagens, evitando a forma de videoclipe. Por isso, a fase da captação das imagens das obras, realizada com uma pequena câmera digital, sucedeu uma série de 4 entrevistas com Niemeyer.

A ausência de narrador foi uma opção de Maciel, que, para contextualização, preferiu utilizar imagens de arquivo, muitas delas raras. O documentário se desenrola em ordem cronológica, para que o espectador possa acompanhar facilmente a evolução do arquiteto. Além dos depoimentos do personagem principal, Maciel resolveu incluir depoimentos de admiradores de Niemeyer, como Ferreira Gular, Chico Buarque e Eric Hobsbawn.

Questionou-se a opção do cineasta por não criticar o arquiteto, que não é nem de longe uma unanimidade, apesar de seu reconhecimento no Brasil e no exterior. Maciel defende-se alegando que Oscar Niemeyer: A vida é um sopro é um filme-homenagem. O diretor, que desde criança é um apreciador da arquitetura moderna, sempre considerou as críticas a Niemeyer, (foto) rancorosas e pessoais. Explicou ainda que, se fosse entrar na polêmica, não saberia conduzir o documentário e teria que entrevistar pessoas que pouco lhe interessavam. 

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