Quando se fala em skate profissional no Brasil, nomes como Bob Burnquist e Sandro Dias, o Mineirinho, são os primeiros a serem lembrados. A partir da trajetória destes – e de outros dois ícones do esporte no Brasil, Cristiano Mateus e Lincoln Ueda – o diretor Daniel Baccaro faz uma homenagem e narra a trajetória do skate no Brasil nos últimos 20 anos no documentário “Vida Sobre Rodas”, que estreia hoje nos cinemas.
Ex-skatista, Baccaro baseou seu longa em depoimentos dos quatro skatistas profissionais, fotografias e imagens de acervo pessoal, e entrevistas com gente do meio, inclusive renomados skatistas americanos, como Christian Hosoi, astro das manobras feitas a alturas vertiginosas nos anos 80 e 90.
“Foram seis anos para reunir o material todo e finalizar o filme. Quase achamos que não ia sair”, brinca Sandro Dias, que aparece contando o início de sua paixão pelo skate aos 13 anos, na pista Ultra, em São Bernardo.
Para deleite dos fanáticos pelo esporte, o longa é um festival de belas manobras, e exibe fotografias que mostram em detalhes as expressões e movimentos dos skatistas. Quem nunca subiu num skate também vai encontrar razões para gostar do filme, que mostra a formação de uma tribo apaixonada pelo esporte e pela cultura, a rivalidade entre os diferentes tipos de skatista – ricos, pobres, especializados em street, e em pista – e a formação do atual cenário do esporte no Brasil.
Um dos momentos mais interessantes e divertidos do longa conta como a tribo reagiu à proibição do skate nas ruas de São Paulo em 1988, quando o então prefeito da cidade, Jânio Quadros, promoveu uma perseguição aos praticantes do esporte. A interferência de um outro político, Fernando Collor de Mello, também é mostrada do ponto de vista dos skatistas, que viram suas marcas patrocinadoras irem à falência e os campeonatos acabarem, em 1990, época em que Collor exercia seu mandato de presidente da República. As informações são do Jornal da Tarde.