Aos 75 anos de idade, o cineasta paulista radicado no Paraná Cyro Matoso tem muita história para contar. Lutando contra a falta de patrocínio e orçamento desde os anos 70s, a noite do último dia 6 de junho foi como a concretização de um sonho para o cineasta de Paranaguá.
Pela primeira vez em sua carreira, Matoso recebeu ajuda de uma produtora que trouxe ao seu último filme (O tesouro maldito dos piratas) qualidade profissional e um lançamento digno de uma superprodução, feito na Cinemateca de Curitiba no inicio do mês.
Para o ator e produtor do filme, Adriano Esturilho, a profissionalização dos trabalhos de Matoso fizeram com que o cineasta se tornasse ainda mais conhecido na cidade.
“O lançamento trouxe um reconhecimento por todos os anos em que Matoso batalhou no cinema. Agora, ele é como uma figura folclórica em Paranaguá. Com a projeção dos seus trabalhos o público da cidade já começa a perceber o real valor que cada produção dele tem e, com essa valorização, vem a expectativa de novas produções”, afirma.
Na visão de Matoso, a produtora contribuiu para trazer recursos essenciais para a concretização de sua obra. “Antigamente meus filmes eram feitos de forma limitada, não tínhamos patrocínio e apoio algum. Com a equipe conseguimos gravar o filme todo em três dias. Foi uma grande loucura que deu certo. Vencemos”, suspira o cineasta que, em suas obras, é conhecido por apresentar ao público temas atuais relacionados às antigas histórias da cidade.
Durante as gravações de O tesouro maldito dos piratas, Esturilho conta que a equipe aproveitou para gravar cenas que irão compor um documentário sobre a vida e carreira do cineasta de Paranaguá, intitulado Cinematoso.
“Já produzimos boa parte do documentário em janeiro. Tínhamos duas equipes, uma para gravar o filme e outra para fazer as imagens com os bastidores para o Cinematoso”, explica o produtor.
Impressionado, o cineasta diz que ficou muito feliz quando soube que teria um documentário em sua homenagem. “Ser personagem principal de um documentário é incrível. Eles vieram até Paranaguá para conversar com parentes e amigos sobre meus filmes e carreira. Estou muito feliz com todo esse trabalho, é muito gratificante e recompensador”, revela Matoso.
A lenda
Sobre o roteiro do filme, Esturilho conta que Matoso quis relacionar a crise mundial com uma das lendas de Paranaguá. “O filme conta a história de uma empresa portuária que, devido à crise mundial, se vê obrigada a demitir sete funcionários. Como eles não têm grana para continuar a vida, bolam um plano mirabolante para correr atrás de uma antiga lenda de Paranaguá: a do tesouro perdido. Segundo moradores, o tesouro foi escondido por piratas franceses sobreviventes de um naufrágio, em 1718, na Ilha da Cotinga, em Paranaguá”, explica.
Está previsto ainda mais um evento de lançamento do filme em Paranaguá, além de uma mostra com alguns dos filmes de Cyro Matoso na Cinemateca de Curitiba no segundo semestre desse ano.
Aos que ficaram interessados em adquirir O tesouro maldito dos piratas, basta entrar em contato com a Processo Filmes, através do email grupoprocesso@gmail.com.
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