Desde adolescente, a carioca Anna Sophia Folch costumava passar horas na Casa de Cultura Laura Alvim, em Ipanema, zona sul do Rio de Janeiro, enquanto esperava sua mãe, uma produtora cultural. Curiosa, a moça de pele branca, longos cabelos castanhos e voz suave acabou ?xeretando? algumas aulas de teatro e, sem entender, se viu envolvida com a interpretação. Agora, Anna Sophia faz o que sempre sonhou: encarnar uma personagem de telenovela. Em Paixões proibidas, trama das dez da Band, a atriz de 21 anos vive Teresa, a mocinha da história de Aimar Labaki que marca a sua estréia na tevê. ?Como todo ator em início de carreira, estou bem animada! Fiz muitos cursos e o meu foco sempre foi o teatro. Queria me sentir preparada quando surgisse a oportunidade?, pondera.
Para ter a segurança que desejava, a atriz teve de ?correr atrás? da carreira. Ao mesmo tempo que estudava no colégio, ela fazia cursos de teatro nas horas livres. Tudo com o apoio da família. A insistência acabou lhe rendendo uma vaga na oficina de atores da Globo, em 2005. Só que, para a sua surpresa, a tevê não chegou primeiro. Enquanto assistia às aulas na oficina, a atriz foi procurada pelo cineasta Cacá Diegues. Ele a convidou para atuar no filme O Amor maior do mundo lançado no primeiro semestre de 2006. ?Aprendi muito com essa experiência e cheguei com mais segurança para viver a Teresa em Paixões proibidas?, observa.
O filme, no entanto, não tornou a vida da bela Anna Sophia mais fácil. Aos 21 anos, a atriz teve de fazer diversos testes até convencer o diretor Ignácio Coqueiro de que Tereza foi feita para ela. E tudo sem sequer saber qual era a importância do papel que estava encenando. ?Foi uma surpresa! Não sabia que o teste era para interpretar a protagonista da trama!?, recorda. Como não tinha noção da dimensão do trabalho que teria pela frente, a atriz ficou assustada ao saber de sua aprovação e começou a estudar compulsivamente. ?Lia romances e livros de história. Adoro conhecer o mundo através da literatura! Já dei muita aula particular do gênero?, conta.
Após pouco mais de dois meses no ar, Anna Sophia já está bem mais à vontade com a rotina da tevê. Mesmo assim, o início dos trabalhos na novela da Band foi um bocado difícil para ela. ?O trabalho na tevê é bem mais detalhado que no teatro e no cinema. Além disso, o volume de cenas é bem maior e tudo é rápido demais. Não dá para pensar duas vezes na mesma cena?, pondera a atriz, que grava uma média de 15 cenas por dia.
Na trama de Aimar Labaki, Anna Sophia Folch vive a recatada, mas apaixonada Teresa, uma moça que passa a maior parte do tempo trancafiada em seu quarto, vigiada de perto por seu pai, o poderoso fazendeiro Tadeu Dias, interpretado por Antônio Grassi. Na fictícia Resende, cidade onde mora, ela sonha em ser resgatada por Simão, personagem de Miguel Thiré, por quem é apaixonada. Mas o rapaz é filho de Domingos de Azevedo, de Flávio Galvão, o juiz da pacata cidade que é o arquiinimigo de seu pai. Para piorar, a novela retrata o Brasil de 1805, tempo em que as moças eram prometidas e casavam com familiares para proteger o patrimônio. ?É uma história bem ao estilo Romeu e Julieta. Para mim, o aspecto mais bacana dessa profissão é poder voltar no tempo e ser o que você quiser. Sempre tive vontade de fazer uma novela de época?, revela.