DJ Shadow vem à cidade com um novo disco na bagagem

Considerado um dos mais habilidosos músicos na arte do ?turntablismo?? (que consiste na manipulação dos discos nas pickups), Josh Davis – o nome por trás do DJ Shadow – é também um exímio produtor e garimpeiro de sons, capaz de descobrir pérolas desconhecidas de artistas esquecidos e transformá-las em ?samples?? (que são ?amostras?? das músicas originais mescladas em novas composições) que praticamente mudaram a cara do hip-hop em meadas da década de 90 com o disco Endtroducing.

Escalado para a edição curitibana do TIM Festival, que acontece na Pedreira Paulo Leminiski na próxima terça-feira (31), DJ Shadow vem à cidade com um novo disco na bagagem, The outsider. ?Faço umas mudanças, misturo tudo e tento deixar interessante não apenas para quem conhece a minha música, mas também para quem não tem idéia de como é o meu som??, disse o músico californiano em entrevista por telefone ao O Estado.

Atração inédito no Brasil, DJ Shadow se apresenta na mesmo noite juntamente com outros ?dinossauros?? do rap: o trio nova-iorquino Beastie Boys, por quem o DJ conta ter sido altamente influenciado. Confira os principais trechos da entrevista.

Seu novo disco – The Outsider-, mais do que os dois anteriores parece ter influências diferentes, como rock e música eletrônica. Era esse o plano?

Eu apenas queria que ele soasse bem diferente e que contasse com diferentes tipos de música que eu gosto. Bem, então isso quer dizer que fazia parte do plano, sim. Como um compositor de rap, eu aprendi a apreciar tipos diferentes de música. Foi o rap me ensinou a aceitar o rock n?roll e entendê-lo e no processo do disco eu estava procurando por samples diferentes. O disco tem soul music, dub, eletrônica, jazz e conta com participações de gente como Lateef, de alguns integrantes do Kasabian, por exemplo.

No início você foi conhecido como um músico de hip-hop. Ainda dá para caracterizar você dessa forma?

Acho que sim. Eu tenho um modelo deste estilo que ajudei a fazer, surgiu por volta de 1989, uma construção do hip-hop que veio do nada. E ainda me sinto desta forma na maior parte do tempo. Acho que o hip-hop é mais amplo do que a definição do que a maioria das pessoas pensa dele. Trata-se de um estilo de vida, um meio cultural, não apenas música. Então você pode fazer rock neste contexto e você ainda terá hip-hop.

No Brasil você vai tocar na mesma noite dos Beastie Bosys. Você vê alguma similaridade no seu trabalho e no deles?

Acho que existem mais elementos parecidos nos trabalhos antigos. O álbum deles Check your head, que saiu em 1992, foi um dos únicos álbuns que eu ouvi que posso usar como exemplo de como aproveitar o rock no hip-hop. É um disco cheio de funk e punk juntos. Somos parecidos neste aspecto.

Como será o show em Curitiba?

Uma mistura de visuais e minha música num resultado que acho interessante. Eu fiz o show já umas quinze vezes este ano e é uma boa apresentação, acho que vai ter uma boa resposta. Já sei o que vai funcionar melhor com o público que vai me ver. Por isso tentei escolher algumas músicas que nunca toquei antes. Estou ansioso para ver no que vai dar.

Informações podem ser obtidas pelo telefone 0-300-789-6846.

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