Criatividade e qualidade, estas são duas palavras que expressam muito bem a moda brasileira. Nesta 18.ª edição do São Paulo Fashion Week, há pelo menos 110 jornalistas e compradores internacionais circulando pelos corredores da Bienal, só de olho no que vai estar na moda neste inverno aqui no Brasil. Valérie D? André e Cyril Rahon, da Galeria Lafayette, a famosa galeria francesa, se assustaram com a qualidade das roupas e a quantidade de gente bonita e descolada que freqüenta o SPFW. "Os brasileiros têm muita imaginação, muita cor?, diz Valérie, que afirmou que em outros grandes eventos de moda, as pessoas são mais sérias e comportadas.
Eles já encomendaram roupas da Zoomp, Triton, Patachou e Clube Chocolate. Compradores do Líbano, Espanha, Inglaterra e China também passaram pela capital paulista de olho nas roupas brasileiras. Cecília Huang, que chegou de Hong Kong no domingo, diz que os brasileiros são muito criativos, mas que a única coisa que ela não tenta vender em seu país são os biquínis "São muito sexy??, diz.
Os desfiles
Os desfiles do fim de semana foram marcados por muita cor, cinema, ópera e anos 80, além da comemoração de aniversário dos 20 anos da marca Alphorria. O estilista Reinaldo Lourenço escolheu o esplendor das óperas para desenvolver sua coleção de inverno, apresentada na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap). O veludo foi muito usado em mantos, vestidos e capas, que também traziam pingentes e fios. As cores escolhidas foram rosa, bordô, cinza, dourado e preto. O cenário e as roupas foram inspirados no filme Dogville, de Lars Von Trier. Para comemorar os 20 anos de existência, a grife Alphorria fez uma retrospectiva de sua história. Esse ar retrô, inclusive, marcou toda a sua coleção de inverno. Georgete de seda construiu vestidos, saias e tops com drapês esvoaçantes. A apresentação teve um jogo de feminilidade baseado nas transparências e no corte que valoriza as curvas. Ao final do desfile, garçons distribuíram champagne para os convidados.