O nomadismo é uma característica persistente na história do Paço das Artes. Em 1969, Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti cortaram a faixa inaugural da mostra que marcava a criação da instituição cultural, mas foi apenas em 1970 que um decreto oficializou sua fundação – e desse ano até 1973, o Paço funcionou em imóvel no número 326 da Avenida Paulista. Depois, por dois anos, a Pinacoteca recebeu suas atividades, para mais tarde, entre 1975 e 1994, o Museu da Imagem e do Som (MIS) abrigá-lo. Entretanto, com a saída, agora, da Cidade Universitária, a instituição se vê mais uma vez enfrentando o problema de não ter um espaço próprio.

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Essas passagens históricas podem ser encontradas na publicação MaPA: Memória Paço das Artes. “É um momento muito difícil, mas também é a possibilidade única de o Paço encontrar a sua sede”, diz a diretora da instituição, Priscila Arantes. Ela cita como localidades ideais para a instituição o centro da cidade ou a região do “baixo Augusta”, por exemplo.

A Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, responsável pelo Paço, afirmou por meio de nota que “busca outra sede para o museu” e que a transferência e fragmentação da programação de 2016 da instituição para a Oficina Oswald de Andrade (onde será inaugurada em abril uma retrospectiva da artista Lenora de Barros) e para o MIS (que apresentará as próximas exposições da Temporada de Projetos) é uma “solução” temporária. Entretanto, “pulverizar o trabalho de uma instituição”, como pondera Priscila, não pode ser algo para se levar a médio ou a longo prazo. Para se ter uma ideia, o Paço recebeu 84.539 visitantes em 2014.

Como não há ainda uma resolução concreta do caso, Priscila Arantes afirma que não há condições de se pensar uma programação para 2017. Atualmente, a instituição conta com 11 funcionários. “Espero que continuemos com esse quadro enxuto”, diz a diretora, contando que levará sua equipe para o MIS (equipamento também administrado pela Organização Social Associação do Paço das Artes Francisco Matarazzo Sobrinho). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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