O diretor e ator Wolf Maia foi condenado por injúria racial contra o técnico em iluminação Denivaldo Pereira da Silva. A sentença, de primeira instância, foi proferida na última sexta-feira pela 2.ª Vara Criminal de Campinas, no interior paulista. A pena estabelecida é o pagamento de 20 salários mínimos mais prestação de serviços comunitários por cerca de dois anos.
Denivaldo trabalhava em uma empresa terceirizada em colaboração com a equipe de Wolf Maia na peça “Relax…It’s sex…” quando precisou cuidar do canhão de luz, após o funcionário responsável faltar, contou o advogado de defesa Sinvaldo José Firmo. Após o término do espetáculo, Maia teria feito uma reunião com todos que trabalharam na peça e distribuído críticas. Ele teria dito “o som é uma merda, a iluminadora não tem sensibilidade e ainda me colocaram um preto fedorento que saiu do esgoto com Mal de Parkinson para operar o canhão de luz”, de acordo com a sentença.
O advogado de Maia, João Carlos de Lima Junior, disse que já recorreu da sentença e agora apela ao Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo. “Com certeza, a decisão será revertida no tribunal”, afirmou. O advogado de Maia disse que o cliente é uma pessoa pública, amplamente conhecida pela sociedade em mais de 30 anos de vida pública e jamais faria uma coisa dessas. A peça foi encenada em 2000 em Campinas.
Em um primeiro momento, a 6.ª Vara Cível de Campinas julgou improcedente o caso, por considerar não haver provas suficientes. A defesa de Denivaldo apelou ao TJ que, em 2004, determinou que o juiz aceitasse a denúncia. De acordo com o advogado de defesa de Denivaldo, o técnico não conseguiu emprego na área depois do ocorrido e precisou passar por tratamento psicológico. “Ninguém mais queria contratar ele porque estava mexendo com uma pessoa famosa. Ele ficou muito mal.” Para o advogado, “a justiça foi feita”.