O diretor do filme “Dia de Treinamento”, Antoine Fuqua, disse hoje que o cineasta Spike Lee deveria ter ligado para o colega Quentin Tarantino em vez de criticá-lo em público. As informações são do site “The Hollywood Reporter”.
Na última semana, Lee disse que “Django Livre”, filme western de Quentin Tarantino que aborda o tema da escravidão nos Estados Unidos, era “desrespeitoso” aos negros.
“A escravidão americana não foi um ‘spaghetti western’ de Sergio Leone. Foi um holocausto”, disse Lee, acrescentando que se recusava a assistir ao filme.
Fuqua, que diz conhecer os dois cineastas, afirmou que Lee estava criticando Tarantino de maneira errada.
“Não é assim que se faz”, disse ele, no 17º Festival de Cinema de Capri, Hollywood. “Se você discorda de um colega, ligue para ele, convide-o para tomar um café, converse sobre o assunto. Mas não faça isso publicamente.”
O diretor também defendeu Tarantino, dizendo que não acreditava que ele fosse racista. “Eu sou muito amigo de Jamie Foxx [protagonista de ‘Django Livre’] e sei que ele não faria um filme que tivesse qualquer coisa de racista.”
Sobre a palavra “nigger” (ofensa racista americana), cujo uso em “Django Livre” foi criticado por Spike Lee, Fuqua disse que “esse era o jeito que as pessoas falavam”. Ainda segundo ele, é preciso discutir a escravidão porque ela “fez parte da realidade”.