Rio – O diretor de novelas Régis Cardoso, de 70 anos, morreu na noite deste domingo no Hospital Barra D?Or, na Barra da Tijuca, no Rio. Ele estava internado na Unidade Coronariana do hospital desde 26 de dezembro do ano passado. Régis teve pneumonia, ataque cardíaco e acidente vascular cerebral. O enterro foi ontem no cemitério São João Batista.

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Régis foi um os pioneiros da TV brasileira. Entrou para a TV Tupi em 1959 já interessado na dramaturgia. Foi diretor de imagens da histórica novela O direito de nascer em 1964 e participou da TV Globo desde os primórdios, ajudando a implantar a teledramaturgia na emissora. Ele dirigiu sua primeira novela em 1968, Sangue e areia, iniciando uma consagrada carreira de diretor.

Régis teve sob sua batuta a última novela em preto e branco da televisão, Estúpido cupido (1976) e a primeira a cores, O bem amado (1977), de Dias Gomes. Nesta novela dois personagens fizeram história, o prefeito Odorico Paraguaçu, de Paulo Gracindo e Zeca Diabo, de Lima Duarte. Foi o primeiro trabalho de ator de Duarte na emissora, onde era diretor. Na época a censura proibiu que Odorico fosse chamado de coronel e Zeca de capitão. Régis conta em seu livro No princípio era o som que apagou a voz dos personagens nos capítulos já gravados. ?Ficou estranhíssimo no ar. Os atores mexiam a boca, mas não saía som. No dia seguinte, a censura mandou um memorando dizendo para deixar como estava?, lembra o diretor.

Entre as obras dirigidas por Régis estão também Os ossos do barão (1973), Espigão (1974), Escalada (1975), Anjo mau (1976), Locomotivas (1977), a primeira novela a cores das 19h, Sem lenço e sem documento (1977) e O bem amado, a série (1980 – 84). 

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