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Diretor de ‘Sete Homens e Um Destino’ diz que westerns significavam liberdade

Quando era jovem, Antoine Fuqua assistia a muitos filmes ao lado da avó. Logo, descobriu os westerns e a obra de Akira Kurosawa, que o fez querer ser cineasta. Agora, o diretor de Dia de Treinamento lança Sete Homens e Um Destino, refilmagem do longa de 1960, que, por sua vez, era uma refilmagem de Os Sete Samurais (1954) transportada para o Velho Oeste. O novo Sete Homens e Um Destino tem um elenco feito para o século 21, com um negro (Denzel Washington), brancos (Chris Pratt, Ethan Hawke, Vincent D’Onofrio), um asiático (Byung-hun Lee), um latino (Manuel Garcia-Rulfo) e um nativo americano (Martin Sensmeier). Fuqua conversou com o jornal “O Estado de S. Paulo” em Cingapura:

A diversidade é um assunto fundamental hoje no mundo e em Hollywood. Sentiu-se obrigado a fazer um filme com um elenco multirracial?

Não senti nenhuma pressão. O estúdio me deixou escolher quem eu queria. Meu pensamento foi que o mundo é cheio de diversidade e seria divertido ver pessoas diferentes juntas. Este é o mundo onde vivo! Quando pensei em Denzel, achei que seria legal vê-lo em cima de um cavalo, algo que nunca tinha visto. Não pensei que ele era negro. Tinha visto uns filmes com o Byung-hun Lee, gostava dele. Foi acontecendo. Acho que o poder de um diretor, se é que temos algum, está no trabalho. Ninguém liga para declarações políticas. O que podemos fazer é colocar na tela. Acredito no poder do cinema.

Mas teria lutado contra o estúdio se eles fossem contra a diversidade que você procurava?

Sim, claro, com respeito. Eu costumava ser o cara que brigava e não conseguia fazer o filme. Hoje em dia, se a discordância é muito grande, então não é o filme que quero fazer e deixo outra pessoa dirigir.

Caça-Fantasmas veio com um elenco feminino. Pensou em incluir alguma mulher?

Sim, houve uma conversa sobre transformar o personagem indígena em mulher. Era uma boa ideia, mas já tinha escolhido o ator. Quem sabe? Se houver outro filme, definitivamente vejo um dos personagens como mulher. Provavelmente, mais de um.

Wagner Moura originalmente era para estar no filme. Mas ele teve de sair. O que houve?

Cheguei um dia atrasado. Ele tinha acabado de assinar o contrato para Narcos. Nós dois conversamos, ele queria fazer o filme e tentou ver se dava para mexer na agenda, porque tinha ganho peso para interpretar Pablo Escobar. Mas não deu. Ele é um cara legal, muito talentoso, sou seu fã há muito tempo.

Todo cineasta no mundo, não importa de onde venha, quer fazer um western. Por quê?

Falando por mim, os westerns são como ir à Lua. É um tempo diferente. O espaço, em si, é atraente para um cineasta. Westerns significavam liberdade, eram um novo começo. As histórias eram simples, e os personagens, mais complexos.

O filme tem bastante humor. Acha que é o mais cômico que já fez?

Sim! Eu sou o fã de comédia enrustido! (risos) Mas acabo fazendo filmes mais sombrios. Quando era pequeno e vi o original, me lembro de me divertir. Mesmo Os Sete Samurais é engraçado. Ao fazer um western, você tem de voltar à sua infância. O filme tem muita ação, como tudo o que faço, mas, quando estava na sala de edição, perguntei ao montador: “Será que fiz uma comédia sem saber?”.

Você declarou que se tornou cineasta por causa do diretor japonês Akira Kurosawa. Sentiu pressão ao refilmar Os Sete Samurais?

Sim. Toda vez que me perguntam, sinto ainda mais. Cresci lutando boxe, amava Muhammad Ali. E ele disse: “Se você não se arrisca, não consegue nada”. Então, às vezes, você precisa se arriscar e tentar fazer o melhor que pode. Eu espero não ter acabado com minha carreira com Sete Homens e Um Destino! (risos)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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