Dina Sfat, retrato de uma guerreira

O talento e a garra da atriz Dina Sfat ganham as páginas de um livro especial. Dina Sfat, retratos de uma guerreira, da Coleção Aplauso, da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, terá lançamento dia 24 de março, durante o Festival de Teatro de Curitiba. O evento será na livraria Fnac, à Rua Professor Viriato Parigot de Souza, 600, telefone (41) 2141-2000. No mesmo local serão realizadas noites de autógrafos de autores e biografados da Coleção Aplauso.

O diretor e produtor teatral Antônio Gilberto foi curador e produtor da primeira versão de uma exposição em homenagem a Dina Sfat, em 1998, no Festival de Curitiba. Na edição 2005 do festival (que termina dia 25), parte desse trabalho poderá ser conferido no livro Dina Sfat, retratos de uma guerreira, da Coleção Aplauso, com lançamento marcado para dia 24, às 19h, na Fnac Curitiba. A obra resgata a atualidade da atriz e cidadã e seus inúmeros personagens em seus intensos 27 anos de presença na cultura brasileira. Dina nos deixou muito cedo, aos 51 anos, no dia 20 de março de 1989.

Na apresentação, a jornalista Tânia Carvalho faz uma pequena biografia da artista e registra: ?Dina Sfat era única no seu enorme talento, que explodia nos palcos, telas do cinema, televisão e na vida. Era impossível não ser magnetizado por ela?.

O livro de Antônio Gilberto mostra em muitas fotos, cartazes de peças e filmes e depoimentos (dela e de outras pessoas sobre ela) os trabalhos, as posições firmes e o fascínio da atriz que participou de 19 filmes (entre eles, o clássico Macunaíma), 16 novelas, nove casos especiais e duas minisséries. Entre seus papéis mais famosos na TV, a Fernanda, de Selva de Pedra; Chica Martins, de Fogo Sobre Terra; Zarolha, de Gabriela e a Darlene, de Eu Prometo. Seu último papel na TV foi Laura, em Bebê a Bordo.

Na abertura do livro, um depoimento emocionante das filhas Isabel, Ana e Clara, de seu casamento com o ator e diretor Paulo José: ?Esse livro conta um pouco da história cultural de um país a partir da vida de uma mulher. Isso é possível através deste livro, através desta mulher. Pois assim era nossa mãe, uma mulher que nos mostrava que opções, escolhas, atitudes devem ser tomadas dentro e fora de cena?.

Em vários trechos de entrevistas de Dina colhidos em revistas, jornais e televisão, a atriz se revela com toda simplicidade, inclusive afirmando que o seu primeiro projeto de vida era não morrer: ?Quando eu morrer será contra a minha vontade?.

Entre as declarações, há uma especial e atual em um mundo voltado para a vaidade, plásticas e tratamentos de beleza: ?Eu gostaria de ser capa de revista, mas ser uma pessoa tão importante que dispensasse os xampus, as sombras, o rímel, o blush, toda aquela parafernália. Eu queria ser fotografada assim, como eu sou, sem qualquer maquilagem. E vender todas as revistas, entende? Você acha que eu vou deixar um maquilador apagar do meu rosto o tempo, o show, o riso, a vida? Tá louco. Isso me custou muito caro?.

A obra é mais um volume da Coleção Aplauso, da Imprensa Oficial do Estado, coordenada pelo crítico e comentarista de cinema Rubens Ewald Filho. Já foram lançados, até agora, 35 volumes retratando atores, diretores (televisão, cinema e teatro) e roteiros de cinema. O livro sobre Dina Sfat custa R$ 19,00 e também pode ser adquirido pelo site da Imprensa Oficial no www.imprensaoficial.com.br/lojavirtual.

Durante o festival, outros autores e biografados da Coleção Aplauso também estarão presentes em noite de autógrafos na livraria Fnac Curitiba, às 19h: dia 22, Maria Ângela de Jesus (autora de Ruth de Souza, estrela negra), Irene Ravache e a autora Tânia Carvalho; no dia 24, Paulo José, Ney Latorraca e a autora dos dois livros, Tânia Carvalho, John Herbert e a autora Neusa Barbosa.

Sobre a coleção

O objetivo da Coleção Aplauso é resgatar essas histórias por meio de biografias, pesquisa iconográfica ou textos documentais, contando fatos de interesse da vida pessoal ou profissional dos entrevistados. Para os leitores, um saboroso pacote de emoções e passagens interessantes dos biografados famosos. Para estudantes, verdadeiras aulas do fazer artístico. A coleção será enviada gratuitamente para bibliotecas públicas e escolas de comunicação de todo o Brasil.

 Rubens Ewald, crítico, autor de livros e guias de cinema, fala sobre a coleção: ?A preocupação foi escolher atores e cineastas, dando preferência para aqueles que ainda não tiveram seus depoimentos coletados ou suas carreiras analisadas?.

Segundo Hubert Alquéres, presidente da Imprensa Oficial de São Paulo, ?a proposta é lançar livros com informações que corriam o risco de se perderem no tempo por falta de um registro. O sucesso dos 35 primeiros volumes lançados mostrou que estamos no caminho certo?.

 Os livros são biografias – alguns na primeira pessoa – em formato pocket e estarão à venda em livrarias e no site da Imprensa Oficial (www.imprensaoficial.com.br./lojavirtual) com preços variando de R$ 9,00 a R$ 18,00.

O autor

Diretor e produtor teatral, Antônio Gilberto nasceu em Porto Alegre e realizou sua formação em Ates Cênicas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e na PUC/RS formou-se em Psicologia. Estreou profissionalmente em 1984 na cidade do Rio de Janeiro como assistente de direção de Domingos Oliveira no espetáculo Irresistível aventura na companhia da atriz Dina Sfat, realizando a produção da excursão nacional deste espetáculo em 1985.

Foi assistente de direção de Domingos Oliveira em vários outros espetáculos no Rio e também trabalhou com os diretores Celso Nunes, Juca de Oliveira e Aderbal Freire Filho. Produziu, em parceria com Regina Malheiros, as excursões nacionais dos espetáculos De braços abertos, Meno male!, Uma relação tão delicada, Apareceu a margarida e A dama do cerrado.

Foi responsável pela direção de produção de peças como Sonho de uma noite de verão (com direção de Werner Herzog e Márcio Meirelles), Viagem ao centro da Terra, e Vassah, de Máximo Górki.

Como diretor, realizou vários ciclos de leituras dramáticas e foi responsável pelo projeto e direção dos espetáculos As mais fortes (textos de Irene Ravache – fragmentos – e de August Strindberg), Como se fosse a chuva (4 peças curtas de Tennessee Williams), Contando o Natal (contos de vários autores) e Credores, de Strindberg, que estreou no Centro Cultural Banco do Brasil/RJ em 2003.

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