Uma das “promessas” da 14.ª edição da Flip era o escritor manauara Diego Moraes: “promessa” entre aspas porque Moraes escreve há cerca de 20 anos, tem mais de um par de livros publicados (entre eles, Meu Coração É Um Bar Vazio Tocando Belchior) e nos últimos meses virou sensação no Facebook. “Promessa” entre aspas porque ele finalmente veio a uma Flip, como parte da FlipZona, e cumpriu o que seus escritos prometem.

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Moraes dividiu uma mesa com Jéssica Oliveira (Nova Iguaçu) e Márcio du Coqueiral (Aracaju), mediada por Marçal Aquino, para falar sobre o lugar da literatura feita nas “periferias” – leia-se, qualquer lugar fora do eixo Rio-São Paulo. Mas demonstrou não se importar muito com a denominação.

“Sempre escrevi voltado para São Paulo”, disse. “Vivo em Manaus, mas meu lirismo sempre esteve fora de lá.” Ele tem um contrato com a Record para um romance em 2017, sua primeira publicação em uma grande editora.

“Estou esperando sair esse romance, ficar rico e mandar um f*-se para Manaus. A escrita pode ser cosmopolita sempre. Literatura não tem que ter RG”, afirmou.

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Jéssica disse escolher um lugar mais próximo. “Quando falo do RJ, posso escolher de qual RJ vou falar”, comparou. Já Coqueiral disse estar voltado para a literatura produzida em Sergipe. “Gosto muito da literatura de lá”, disse, citando, entre outros, o contista Antonio Carlos Viana.

Conhecido pelos textos que misturam lirismo e uma voz “da rua”, Moraes concluiu: “Pra mim, a literatura é uma mentira, como a religião. A mentira salva”.

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