É sucesso para ninguém botar defeito. "Diários de Motocicleta", de Walter Salles, já foi visto até agora por 8,5 milhões de espectadores em 40 países. É hoje o filme de língua espanhola mais visto, em todos os tempos, na Inglaterra e no Brasil. É o segundo filme falado em espanhol mais visto nos EUA, com quase 3 milhões de espectadores. E é a partir deste final de semana o oitavo filme estrangeiro mais visto, em todos os tempos, nos EUA.

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Todo esse sucesso deve ter pesado na decisão dos Correspondentes Estrangeiros em Hollywood. "Diários" foi um dos cinco títulos selecionados pelos 90 correspondentes para concorrer na 62.º edição dos Globo de Ouro, na categoria de melhor filme estrangeiro. E, embora produzido pelo Film Four inglês, está indicado como representante do Brasil na festa do dia 16 de janeiro.

O anúncio foi feito hoje em Los Angeles. "Diários" vai concorrer com "O Clã das Adagas", de Zhang Yimou, da China; "Les Choristes", de Christophe Baratier; e "Un Long Dimanche de Fiançailles", de Jean-Pierre Jeunet, ambos da França; e "Mar adentro", de Alejandro Amenábar, da Espanha. Quando os Correspondentes Estrangeiros divulgaram sua lista, Walter Salles estava no avião, viajando de Los Angeles para o Brasil. Pouco antes de embarcar, respondeu a algumas perguntas por e-mail. Elas se referiam mais às chances de "Diários" no Oscar. Ao desembarcar, Salles deve ter ficado agradavelmente surpreso com o desempenho de seu filme nas indicações do Globo de Ouro. Ele estava cético quanto às possibilidades de "Diários" porque, como afirmou, tradicionalmente os votantes do Globo de Ouro preferem os temas humanistas aos políticos. Devem ter aberto uma exceção – ou então, na realidade, reconheceram que, na história da viagem do jovem Ernesto Guevara pela América Latina, a vocação humanista precede a opção revolucionária que ele fez e o levou a se transformar no Che, um dos ícones da esquerda em todo o mundo.

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