Diana Alba faz Patrícia França se equilibrar entre firmeza e fragilidade

Patrícia França já interpretou algumas mulheres fortes na carreira. Mas nenhuma como a policial Diana Alba, em Prova de Amor, da Record. A diferença, diz a atriz, é a necessidade de dosar milimetricamente firmeza e fragilidade. Essa aparente ambigüidade de Diana foi o que mais atraiu Patrícia França quando o papel lhe foi apresentado. Entre a frieza e a sensibilidade, a busca pela humanização de Diana é, segundo a atriz, um "prato cheio" para qualquer ator. "É ótimo ter um personagem forte, mas sensível que, como qualquer outra mulher, divide seu tempo entre ser mulher e a sua profissão", observa.

Desde sua estréia na televisão, como protagonista da minissérie Tereza Batista, em 1992, Patrícia França vem colecionando tipos contestadores. Foi assim com a própria Tereza, uma menina revoltada com seu desafortunado destino, depois de ter sido vendida a um coronel pelo próprio pai. Foi assim também em seu último papel na tevê, a Rosa de A Escrava Isaura, uma insolente escrava que desafiava a autoridade de seus senhores. Para Patrícia, isso não é problema. Até porque, mesmo que por vezes sinta vontade de voltar a fazer personagens mais amenas, ela não nega que prefere os tipos mais "apimentados". "Personagens fortes dão mais oportunidade ao ator, são mais versáteis, oferecem um leque de possibilidades maior", avalia.

Se o lado sensível de sua atual personagem não exige muito dos recursos dramatúrgicos da própria atriz, os aspectos que dizem respeito à rotina de uma policial obrigaram Patrícia a ter um treinamento específico. Afinal, não é sempre que um ator se depara com um papel recheado de cenas de ação, que incluem desde brigas e trocas de tiro a eletrizantes perseguições automobilísticas. Para dar conta do recado e passar a maior veracidade possível, a atriz teve de, entre outras coisas, fazer aulas de karatê e aprender a atirar. O manuseio de uma arma, por exemplo, que poderia ser um problema para muita gente, foi uma situação que Patrícia "tirou de letra". "Não tem nada demais, é muito fácil. Você tem de lidar muito mais com o seu medo do que propriamente com o objeto", minimiza.

Além do treinamento para as cenas de ação, Patrícia França foi buscar "in loco" as referências necessárias para compor uma policial civil. Conversou com algumas profissionais da polícia e visitou delegacias para conferir como, de fato, essas mulheres se comportam em um ambiente normalmente dominado por homens. Curiosamente, o que Patrícia viu desmente um equivocado estereótipo de que as policiais seriam mulheres mais "duronas" ou mesmo pouco femininas. A experiência serviu para a construção dessa Diana que, embora firme, não abre mão de sua feminilidade. "Elas não são duronas, são mulheres como quaisquer outras. Mas, às vezes, é claro que precisam assumir uma postura mais grave, uma atitude mais forte", define.

A identificação com papéis mais fortes não é por acaso. Mesmo já tendo interpretado tipos mais doces, como a frágil Cláudia de Sonho Meu, ou a Maria Santa de Renascer, a atriz admite que, atualmente, tem mais em comum com personagens de temperamento mais incisivo do que com "açucaradas" e indefesas mocinhas. Para Patrícia, essa mudança é parte de um amadurecimento natural, que o próprio tempo se encarrega de trazer. Afinal, aos 34 anos e em sua oitava novela, ela admite já não ter a mesma paciência de antes para papéis que não lhe acrescentem algo novo. "A vida me fez ficar durona, é um mecanismo de defesa natural. Mas eu acho que a mulher de hoje é mais assim mesmo", acredita.

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