?Desordem? foi prometida e cumprida

No mundo do rock, promessa feita é promessa cumprida: a apresentação dos norte-americanos do Weezer no Curitiba Rock Festival foi uma verdadeira ?desordem??, do jeito que o baixista Scott Shriner havia prometido em entrevista ao Almanaque, no último dia 7. O show, que aconteceu sábado e lotou o Curitiba Master Hall, teve subida autorizada de fã ao palco, o vocalista Rivers Cuomo cantando em meio aos fãs, empurra-empurra generalizado na pista – com direito a ?mosha?? de alguns mais exaltados -, e até troca de instrumentos entre os integrantes. A desordem histórica da banda esteve, portanto, à altura da edição de 2004, quando o Pixies encabeçou o CRF.

A ansiedade tomou conta dos 3,4 mil presentes logo no fim da apresentação da banda carioca Acabou La Tequila, a última dos sete grupos nacionais a se apresentar na noite. Mas assim que os quatro ?nerds? californianos pisaram no palco, e sem muita delonga My name is Jonas, o público já estava ganho. Numa entrevista antes da apresentação, a banda afirmou que havia mudado o set list, incluindo mais sucessos dos dois primeiros discos, pois tinham ouvido que estes são os mais populares entre os brasileiros. Sábia escolha. A apresentação foi recheada dos maiores sucessos do Weezer, que não teve pudores em deixar de lado o último disco, Make believe, que teve fraca recepção por aqui. Do mais recente trabalho, tocaram apenas Beverly Hills, We are all on drugs? e Perfect situation.

Enquanto na sexta-feira Avril Lavigne não conseguiu lotar a fria Pedreira Paulo Leminski, a troca de local – já que a venda de ingressos não correspondeu às expectativas – ajudou um Cuomo, que diz não fazer sexo há dois anos, liderar um Weezer para lá de inspirado. Pois se falta contato pessoal a Cuomo, ele deve canalizar essa energia toda para sua relação com o público. Visivelmente emocionada com a recepção do público, a banda fez cover do Foo Fighters (Big me), com quem prometeram voltar em 2006, e até convidaram um fã para dividir o palco com eles em Undone -the sweater song. Além dos hits Say in ain?t so e Buddy Holly, um dos pontos altos da apresentação foi a ida de Cuomo a um mezanino para uma versão acústica de Island in the sun.

Domingo

Na noite de domingo, a chuva prometia estragar a festa. Além disso, na última hora duas atrações brasileiras cancelaram a participação, entre elas o cantor Lobão. Mas o interesse era mesmo pelas atrações internacionais. Prova disso foi que na hora em que os dinamarqueses do Raveonettes subiram ao palco, a casa de shows estava com aproximadamente 85% de sua capacidade, segundo a organização. Influenciados pela calorosa receptividade dos presentes, o grupo, liderado pela vocalista Sharin Foo e o guitarrista Sune Rose Wagner, destilou músicas de seus três álbuns que misturam influencias que vão de Elvis Presley a Jesus and Mary Chain.

Já a apresentação da veterana Mercury Rev foi uma mistura de teatro e música, característica do seu auto-intitulado Drema Pop. Enquanto o vocalista Jonathan Donahue praticamente encenava as letras, um telão ao fundo mostrava frases, imagens de natureza e alguns ícones que influenciaram a música da banda. O show foi centrado nos três álbuns mais recentes do Mercury Rev, Deserter?s songs, All is dream e The secret migration, que simplesmente hipnotizaram os presentes.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo