Foi uma temporada animada, como não se via há tempos, a masculina do verão 2019, encerrada no último domingo, 24, em Paris. Em Milão e na capital francesa, onde desfilam as mais poderosas difusoras de tendências, mais de uma centena de marcas mostrou criações que serão colocadas à venda só no início do ano que vem, mas que desde já influenciam o guarda-roupa masculino.

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Em tempos de mudanças radicais (nas mídias, no comportamento, no mercado), a moda busca acompanhar suas transformações com roupas mais confortáveis, descontraídas e casuais, como muitos novos ambientes de trabalho, coworkings e home offices sugerem. É uma nova elegância informal, uma ideia que reverbera em quase todas as marcas masculinas.

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Na Ermenegildo Zegna, ela aparece em propostas de um novo costume, com calças de perfume esportivo usadas com blazers, ou o inverso, jaquetas esportivas usadas com calças de alfaiataria, enquanto a Prada investe numa releitura chique do sportswear dos anos 1970.

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Esse vestir influenciado pelos trajes esportivos e pelas ruas impulsiona um boom de roupas utilitárias, com fartura de bolsos, zíperes e outros elementos funcionais, assim como o retorno de um velho conhecido que andava ausente das passarelas: o jeans. Ele surge em destaque em desfiles de marcas essencialmente street, como a Off-White, o fenômeno da moda jovem capitaneado por Virgil Abloh, novo diretor artístico da Louis Vuitton, assim como nas passarelas da Versace, da Valentino, da Prada e de Ermenegildo Zegna em lavagens e construções variadas.

Outro fundamento dessa temporada são as estampas florais, juntas e misturadas, românticas e delicadas ou maximalistas vibrantes, como mostraram Versace, Marni, Prada, Valentino e Vuitton.

O mesmo astral otimista vem reforçado pelo uso generoso das cores em looks monocromáticos – passeando entre matizes clarinhos e sóbrios de verde, azul e rosa a tons elétricos de néon. E também num recorrente “efeito arco-íris” nas apresentações de Louis Vuitton (com a passarela pintada nas suas cores), de Dries Van Noten (na sequência dos looks formando um degradê) e de Rick Owens (com sinalizadores tingindo o ar de fumaça colorida).

Esse colorido não é à toa nem aleatório. Além das cartelas de cores e das cenografias, esteve presente no visível aumento da diversidade dos modelos escalados para desfilar as coleções. Um sinal de que, mais do que um modismo passageiro, a influência das ruas parece ter vindo para ficar.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.