Desfiles da SPFW sugerem moda inverno prática

Depois do desfile que parou a Linha Verde do metrô no domingo, 27, o circuito fashion se mudou para o Parque Villa-Lobos, palco da São Paulo Fashion Week Outono-Inverno 2014. A primeira a pisar na passarela desta edição, ontem, 28, foi a top americana Karlie Kloss, que abriu o desfile da Animale em clima de mitos britânicos, mais precisamente os celtas, druidas e pictos.

A grife apresentou um casting forte. Além de Kloss, Carol Ribeiro, Aline Weber, Ana Beatriz Barros e Ana Cláudia Michels desfilaram uma releitura de símbolos clássicos da região sob uma luz moderna e atual.

O gótico e o punk, movimentos que têm seu nascimento na Escócia e na Inglaterra, dão o tom para a coleção. Tartans e kilts são diluídos e aparecem ao lado da transparência em vestidos ou em detalhes nas calças de couro que, por sua vez, chegam com a boca em sino. Os alfinetes, um dos elementos característicos do punk, remendam saias e bolsos de coletes e jaquetas. A lã, característica da Escócia e sempre opção certeira para o inverno, também integra a coleção da grife. O tecido aparece em variedade de tramas e construções: renda, tricô, feltro e gaze double. Os tules acompanham a lã em renda em peças como a saia lápis bem estruturada ou o vestido suéter, muito visto nas passarelas internacionais.

Em seguida, a UMA trouxe um casting também forte, mas nada convencional. Foram os bailarinos da São Paulo Companhia de Dança que deram movimento às criações da estilista Raquel Davidowicz para o inverno 2014. “A dinâmica este ano é totalmente diferente. As provas de roupa foram mais desafiadoras, pois os modelos agora dançam e estão sempre em movimento”, comentou a estilista. “Por outro lado, é uma imagem mais próxima da nossa realidade do que quando vestimos as modelos, pois o corpo das bailarinas, ainda que sejam quase todos tamanho 38, são, de certa forma, mais reais que os das modelos super magrinhas. Bailarinos têm músculos, precisam de conforto, de movimento. E isso tem muito a ver com a UMA”, explica a estilista.

Urbanidade

Na apresentação, movimentos bem marcados destacaram as formas e os tecidos escolhidos pela estilista. Em cada passo, o tema da urbanidade e da vida na cidade de São Paulo ganhava cores como o azul, cinza, preto e off-white. Não por acaso, esta coleção traz muita malharia, seda, tricô, viscose, veludo de seda com rayon, materiais muito fluidos e maleáveis.

“Os bailarinos têm uma produção super interessante no dia a dia deles, pois trabalham com sobreposições e amarrações sempre. E isso eu trouxe para a coleção.” Além disso, Raquel não abriu mão da personalidade de mulher sempre muito ativa que a UMA representa. “Ao convidá-los, quero trazer para o mundo da moda uma imagem que seja mais lúdica, mais irreverente”, explica a estilista.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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