A simplicidade dos traços dos smurfs do desenho da Hanna-Barbera Productions, que, por aqui, era transmitido pela Globo e foi sucesso na década de 1980, ficou para trás. Os pequenos seres azuis ganharam vida em 3D e chegam aos cinemas hoje, com uma aparência quase de carne e osso. Os Smurfs, longa-metragem que mistura live-action (atores reais) e animação em 3D, consegue um feito ao entreter adultos, principalmente aqueles que foram fãs do desenho em outros tempos, e apresentar a essência do mundo Smurf aos pequenos.

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Criados pelo ilustrador belga Peyo (Pierre Culliford 1928-1992) em 1958, os smurfs chegam aos cinemas com efeitos especiais da Kerner Entertainment e direção de Raja Gosnell (“Scooby-Doo”, de 2002, e “Vovó… Zona”, de 2000). A obra começa levando o espectador para a vila encantada onde os smurfs vivem em seus cogulemos. Aqui, vale ressaltar a magia do mundo criado pela computação digital. As cores, os detalhes, tudo é tão bonito que não dá vontade de que o filme mude de cenário. Entretanto, perto dali, um feiticeiro atrapalhado tenta encontrar uma maneira de chegar à aldeia dos azulados para capturá-los, drenar a energia mágica que eles possuem e se tornar poderosíssimo. Esse ser maldoso é Gargamel, um alquimista meio calvo, curvado e muito narigudo, figura inesquecível para quem tem familiaridade com o desenho.

No longa, Gargamel é interpretado pelo ator Hank Azaria. Se não fosse a graciosidade dos pequenos seres azuis, seria possível dizer que o bruxo rouba a cena. O que se pode afirmar é que Azaria, que está irreconhecível, cria um ser engraçado e maldoso na medida certa. Para colocar em prática seus planos mirabolantes, Gargamel conta com um ajudante, o gato Cruel. Criado em animação, o bichano expressivo faz caras e bocas hilárias e é protagonista de muitos dos bons momentos de comédia da produção.

Nas vésperas de uma festa na aldeia dos smurfs, com direito a ensaio de coreografias e muitos Lá-lá-lás, (quem não se lembra da canção repetida incansavelmente pelos azulados enquanto trabalham?), Gargamel finalmente consegue encontrar um jeito de entrar na terra dos pequenos.

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Na luta para impedir que ele os capture, meia dúzia de smurfs, o próprio Gargamel e, ainda, Cruel, caem num portal e são transportados para Nova York. No grupo que chega à cidade, estão Desastrado, Papai Smurf, Smurfette, Ranzinza, Arrojado e Gênio. Inicialmente, a mudança de espaço pode não agradar, mas o fato é que o contato com a cidade rende boas cenas, como uma em que os seres azuis tentam se camuflar num anúncio do grupo Blue Man Group, companhia conhecida por fazer espetáculos musicais e se apresentar com a pele pintada de azul, ou o momento em que os smurfs tentam entender o funcionamento do Google.

O lado mágico da produção se une a uma trama humana fraca e sem surpresas. Patrick Winslow (Neil Patrick Harris) é um publicitário que precisa criar uma campanha de um cosmético para agradar à sua intransigente chefe. Ele e sua mulher, Grace (Jayma Mays), que espera o primeiro filho do casal, encontram e abrigam a turminha encantada. Daí para frente, o grupo vai tentar de tudo para voltar para casa e escapar das investidas de Gargamel. As informações são do Jornal da Tarde.

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