tv31.jpgA atriz Juliana Baroni é daquelas que não conseguem ficar muito tempo parada. Também pudera. Paulista de Limeira, pegou no batente cedo, aos 11 anos, quando derrotou 1.200 candidatas e tornou-se a paquita Catuxa Jujuba. Até completar 16, não fez outra coisa senão gravar discos, rodar longas, fazer shows, entre outras tantas atividades concernentes a uma assistente de palco de Xuxa. Nos últimos cinco anos, andou sumida das novelas. Pelo menos das brasileiras. Corajosa, aceitou gravar uma em Portugal, pela RTP. Na volta, já emendou uma temporada de dois anos de Veneza, sua primeira experiência teatral, escrita por aquele que seria o responsável também por sua volta à Globo: Miguel Falabella. ?Quando ele me falou da personagem, não fazia idéia de que seria um papel tão bom. Mas, como acredito no trabalho dele de olhos fechados, resolvi aceitar e não me arrependo. Está sendo melhor do que esperava?, assegura.

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O papel a que Juliana se refere com tanto entusiasmo é o de Soraya em A Lua Me Disse. Na novela das sete, interpreta uma golpista de carteirinha, dessas capazes de fazer qualquer coisa para arranjar um bom partido. No caso, Pedro, personagem de Rafael Paiva. Nem que, para isso, seja preciso desistir do grande amor de sua vida, o pobretão Murilinho, vivido por Pedro Neschling. ?Pessoalmente, não conheço nenhuma Soraya. Mas desconfio de que existam muitas por aí?, brinca. Mas Falabel-la não articulou apenas a volta de Juliana às novelas – a última que ela fez foi Uga Uga, em 2000. Já reservou um papel especialmente para ela no filme Polaróides Urbanas. Na versão em película da peça Como Encher Um Biquíni Selvagem, ela será Vanessa, uma carreirista da pior espécie. ?Perto dela, a Soraya é light?, compara.

Teste

A amizade entre Juliana e Miguel teve início em 1995, quando os dois fizeram Cara & Coroa, de Antônio Calmon. A certa altura, Juliana, então com 17 anos, levou um susto ao descobrir que contracenaria com o ator numa cena de seqüestro. Para não fazer feio, estudou aquela cena como se fosse a última de sua vida… ?Dentro dos meus limites, acredito que tenha feito o melhor que pude?, avalia. E deve ter feito mesmo. Tanto que, num intervalo de gravação, Miguel virou-se para ela do nada e perguntou: ?Estou escrevendo uma novela e tenho um papel para você. Topa??. Mesmo em estado de choque, conseguiu balbuciar que sim. E foi assim que nasceu a Inês de Salsa & Merengue, produção de 1996 que marcou a estréia de Falabella como autor de novelas.

Hoje, aos 27 anos, Juliana garante que amadureceu muito nos últimos cinco. ?Esse afastamento foi fundamental para a minha carreira. Tive a chance de fazer teatro, morar fora… Cresci muito, não só pessoal, mas profissionalmente?, avalia. Assim que voltou de Portugal em 2001 onde passou uma temporada de seis meses gravando a novela Senhora das Águas , Juliana encasquetou que precisava fazer teatro de qualquer jeito. E fez. Foi assistente de direção do espetáculo Norma, estrelado por Eduardo Moscovis e Ana Lúcia Torres. Quando a peça se apresentou no Festival de Curitiba, a atriz não se fez de rogada e aceitou vender ingressos na bilheteria do teatro. O público que chegava para assistir ao espetáculo não entendia nada… ?Mas, minha filha, o que aconteceu? Desistiu da carreira? Estou com saudades…?

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Resgatando a adolescência

– Um dos trabalhos favoritos de Juliana é a Cacau de Malhação. ?Como comecei a trabalhar muito cedo, passei direto pela minha ?aborrescência?. Graças a ela, vivi uma fase que não havia vivido?, analisa.

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– Nos cinco anos em que acompanhou Xuxa, Juliana elege a viagem a Nova York, em 1990, para a entrega do Prêmio Emmy, como a predileta. ?Volta e meia, as paquitas saíam na briga. Que criança não briga??, indaga.

– A participação em Polaróides Urbanas marca uma nova fase da carreira de Juliana Baroni no cinema. Até então, ela só havia feito infantis, como Lua de Cristal e Xuxa e Os Duendes no Caminho das Fadas.

– Os pais de Juliana, Rui e Riva, ainda moram em Limeira, em São Paulo. Já a atriz mora em um apartamento na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio. Há um ano e meio, namora o ator Cristiano Gualda.

Muitas confusões no além-mar

Juliana Baroni tinha acabado de gravar a novela Uga Uga quando recebeu um telefonema a convidando para atuar numa produção do gênero em Portugal. Em Senhora das Águas, ela interpretou Cláudia Lobo, a filha do personagem de Oscar Magrini, os dois únicos brasileiros em um elenco formado por atores lusitanos. Já no desembarque, o primeiro susto: o aeroporto estava apinhado de jornalistas e curiosos. ?Parecia até que o Michael Jackson estava no mesmo vôo que eu. Para quem era tudo aquilo? Para mim… Fui tratada como estrela de Hollywood?, exagera.

Durante os seis meses em que morou em Portugal, Juliana hospedou-se em um ?flat?. Apesar do luxo e conforto, sentia falta de alguns itens tipicamente brasileiros, como água de coco e pão de queijo. ?O jeito foi procurar alento em um restaurante luso-brasileiro que servia feijoada aos domingos?, entrega. No terceiro mês, já não agüentava mais de saudade. Certa vez, para piorar a situação, ainda ouviu, numa rádio local, a música Beatriz, na qual Chico Buarque canta ?E se ela chora no quarto de hotel…?. ?E lá estava eu chorando num quarto de hotel. Parece até que o Chico fez a música para mim?, suspira.

Broche

Fora a saudade de casa, Juliana até que se divertiu com algumas situações bem inusitadas. Como aquela em que sentiu falta de um broche. Cismada com o sumiço dele, foi conversar com a camareira do hotel. Acontece que, quanto mais ela falava do broche, mais a camareira ria, visivelmente ruborizada. Logo, o acesso de riso contagiou os demais funcionários do hotel, para indignação de Juliana. ?A menina sabe o que está a dizer??, indagou a arrumadeira. ?Desconfio que não… Estão todos rindo de mim…?, retrucou a atriz. E foi assim que Juliana soube que, em Portugal, broche é sinônimo de felação.