Em entrevista, o ator, diretor e adaptador Miguel Falabella fala de seu musical, Annie, de sua liberdade com a produção e como ela mudou sua forma de ver o teatro.
Depois de tantos musicais em sua carreira, como você classifica Annie?
MF – É um musical complexo, com arranjos grandiosos e vocalmente difícil. Mas, como o projeto vem sendo construído desde 2015, tive tempo para cuidar de detalhes na tradução, especialmente da canção mais conhecida, Tomorrow.
Você tem uma forte ligação com esse musical, não?
MF – Muito forte, pois foi o primeiro musical adulto que assisti. Foi em Londres, em 1979. Uma nova forma de se fazer teatro se abriu para mim.
Nessa montagem, porém, você não terá a liberdade habitual.
MF – É, sempre prefiro ambientar as histórias na nossa realidade. Em Homem de La Mancha, trouxe a trama para um hospício inspirado em Bispo do Rosário. Aqui, não pude nem adaptar nomes – só o papel de Ingrid será Dona Hannigan e não Miss Hannigan… Mas, se no começo desanimei, logo descobri que ser domado é legal. O fato de seguir um modelo me permitiu exercitar o ato de encenar e ter conhecimento dos detalhes de tudo, desde as partituras até a entrada e saída dos personagens.
Você vai raspar a cabeça?
MF – Não, só o cavanhaque – vou usar uma prótese na cabeça. Descobri uma que é prática e não incomoda.
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