Antes rara no Brasil, vem se tornando prática cada vez mais comum, e muito bem-vinda, a edição de textos teatrais. Dois deles acabam de ser publicados, ambos vindos de elogiadas montagens que receberam no início do ano Prêmios Shell nas principais categorias: “Salmo 91” (prêmio de autor, Dib Carneiro Neto, e ator, Rodolfo Vaz); e “Vem Vai – O Caminho dos Mortos” (melhor direção, Cibele Forjaz, e atriz, Lúcia Romano), editado no volume Nóz, Caderno Livre.
Curiosamente, há uma diferença entre a criação dos dois textos que marca com nitidez duas formas de escrever para o palco. Salmo 91 é o chamado “texto de gabinete”, ou seja, foi escrito solitariamente por Dib Carneiro Neto, logo após o impacto que lhe causou a leitura do livro Estação Carandiru, de Drauzio Varella. Já o texto de “Vem Vai” foi escrito por Newton Moreno no chamado processo colaborativo, a partir de uma pesquisa que envolveu todo a equipe da Cia. Livre, um mergulho profundo e amoroso na cultura ameríndia e seus rituais de morte
Os dois volumes trazem bem mais do que a simples edição das peças. Nóz, Caderno Livre inclui depoimentos de cada um dos envolvidos no processo de criação. Publicado pela Cia. Livre com o apoio do Programa Municipal de Fomento ao Teatro, o livro custa R$ 10 e pode ser adquirido pelo tel. (11) 8293-4156. Igualmente tocantes são os depoimentos de Gabriel Villela, o diretor da peça, e do autor, no livro Salmo 91, que traz ainda críticas publicadas na imprensa e fotos da montagem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Serviço
“Salmo 91”. De Dib Carneiro Neto. Ed. Terceiro Nome. 160 págs. R$ 26. Teatrix Bar e Restaurante. Rua Peixoto Gomide, 1.066, em São Paulo. Hoje, 19h30