Lavínia Vlasak já não via a hora de interpretar uma protagonista. Apesar de ter vivido tipos interessantes em seus 10 anos de carreira na tevê como a maquiavélica Alice, de Força de Um Desejo, e a tresloucada Estela, de Mulheres Apaixonadas , a atriz de 29 anos ambicionava um papel de maior destaque na Globo. "Que ator não gostaria de protagonizar uma novela? Seria hipocrisia da minha parte dizer que não. Mas, desde cedo, aprendi a não alimentar expectativas. Se não, corro o risco de me decepcionar", pondera. Cansada de esperar por um convite da Globo, resolveu aceitar o da Record. Na próxima segunda, dia 24, ela estréia na nova emissora como Clarice, uma das personagens principais de Prova de Amor, de Tiago Santiago. "Dez anos depois, sinto como se estivesse reestreando. É até cabalístico! Não poderia estar mais animada…?, regozija-se.
Na nova novela da Record, Lavínia interpreta Clarice, uma estudante de biologia que tem uma vida quase perfeita ao lado de Daniel, de Marcelo Serrado. Apesar disso, os dois resolvem se casar. No dia da cerimônia, Lopo Jr., um velho pretendente de Clarice, vivido por Leonardo Vieira, decide estragar a alegria do casal. Para tanto, acusa o noivo de um crime que ele não cometeu. "A trama é das boas. E falo isso não só como atriz, mas como telespectadora. Fico esperando o roteiro chegar para ver o que acontece…", empolga-se. Das muitas personagens que interpretou na tevê, Lavínia classifica Clarice como a heroína mais romântica de todas. Por isso, está tomando cuidado redobrado para não transformá-la numa chata de plantão ou algo do gênero. "Não quero virar blog na internet, do tipo ‘Odeio a Clarice!’", avisa, bem-humorada.
Fazer com que Clarice caia nas graças do público é apenas uma das preocupações de Lavínia. A atriz se esforça também para não fazer feio em sua primeira empreitada como protagonista. ?Bom, para mim, não é ótimo. Por isso, busco a perfeição! Na tevê, se você estraga a sua primeira oportunidade, dificilmente terá direito a uma segunda, radicaliza.? Por isso, garante estar mais perfeccionista do que nunca. Todos os dias, estuda minuciosamente as suas cenas antes de sair de casa, chega cedo às gravações e, principalmente, não se descuida da saúde. ?Admito que o peso nos ombros está maior. Mas já esperava por isso. Ficar doente, por exemplo, nem pensar…?, ressalta.
Nem o fato de se tratar de uma emissora onde tudo é novo causa estranheza em Lavínia. Pelo contrário. Do cinegrafista ao iluminador, conhece todos da época de Globo. "É tudo gente com quem já trabalhei antes. Continuo me sentindo em casa na Record", derrama-se. A todo momento, aliás, Lavínia faz questão de dizer que não saiu magoada ou ressentida da emissora onde estreou em 1996, como a rebelde Lia Mezenga, de O Rei do Gado. "De jeito nenhum. Foram nove anos de muitas alegrias", assegura. Das muitas alegrias vividas na Globo, cita, inclusive, a pérfida Alice, de Força de Um Desejo, no ar em Vale a Pena Ver de Novo. "Tive a honra de fazer uma vilã do Gilberto Braga. E também de contracenar com a Natália Thimberg, o que considero um verdadeiro luxo!", enaltece. O papel de maior destaque, porém, foi o da socialite Estela, de Mulheres Apaixonadas, que viveu uma conturbada história de amor com o Padre Pedro, de Nicola Siri. "Na época, cansei de ouvir gracinhas do tipo: ‘Ei, não sou padre, mas já fui coroinha. Serve??, sorri, encabulada.