Depois de personagem histórico, Werner Schünemann faz comédia

Werner Schünemann pretendia aparecer na televisão com um personagem bem distante do heróico Bento Gonçalves. E conseguiu: o ator porto-alegrense foi chamado por Carlos Lombardi e Wolf Maya para interpretar o misterioso Alejandro em Kubanacan. Werner acredita que participar de uma trama ligada à comédia era o melhor a fazer realmente. Isto porque ele não queria repetir uma produção de época e nem um personagem histórico como o de A Casa das Sete Mulheres.

“Queria estabelecer um outro tipo de diálogo com o público depois do impacto da minissérie”, explica um sorridente Werner. O ator comemora o fato de a novela flertar mais com a comédia do que com o dramalhão. “Não queria chover no molhado. O ator precisa ampliar seus limites para não ter um contorno muito definido. Acho que fiz a opção certa”, arrisca.

Werner lembra que o processo de composição de Alejandro também não tem nada a ver com o que fez para interpretar o protagonista da minissérie. “Cheguei a ler cartas do Bento e se sabia até a hora da morte dele. O Alejandro é o outro lado da moeda”, pondera o ator, que entrou em Kubanacan com a história bem avançada. Werner ressalta que, por enquanto, as únicas coisas que sabe de Alejandro é que ele é mulherengo e tem ciúmes do filho Esteban, papel de Marcos Pasquim. “O Lombardi me propôs realmente viver este personagem meio em aberto. Então não sei até onde ele pode ir”, explica Werner. Alejandro, na verdade, vai ajudar a revelar o passado misterioso do protagonista Esteban. O personagem não tem nada de bonzinho e vai chegar a duelar com o próprio filho. “Encaro o Alejandro como uma jogada de xadrez que preciso resolver”, compara o ator.

O ator assume que está sendo uma correria participar da novela. “Realmente o ritmo acelerado de gravação é a parte mais difícil até agora”, afirma sem pestanejar. No entanto, Werner faz questão de dizer que este tipo de dificuldade o estimula mais ainda. “O ator tem de ser aberto e em vez de me assustar, o novo me estimula”, garante.

Até receber o convite para interpretar Alejandro, Werner não havia parado para assistir a Kubanacan. Por isso, assim que ficou sabendo que iria viver o personagem da novela correu para ver Kubanacan. “Achei uma coisa até meio Monty Python”, exagera Werner. O ator diz que o humor é um estilo que o atrai desde quando estava engatinhando no teatro. “Já escrevi vários textos de comédia e adoro o gênero”, diz.

Para o ator, Lombardi consegue escrever diálogos cheios de segundas intenções, o que considera um prato cheio. “Ele deixa um leque aberto para o ator explorar”, afirma. Werner garante que sempre que recebe os capítulos para estudar os diálogos, não consegue conter o riso das palhaçadas que o autor bola para a maioria dos personagens. “Fico rindo sozinho no quarto do hotel”, revela.

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