Pouco tempo depois de Mulheres Apaixonadas, na qual viveu o indeciso Cláudio, Erik Marmo mal conseguia se olhar no espelho. O ator não agüentava mais ver o próprio rosto estampado em tantas revistas, em função do sucesso do par romântico com Edwiges, de Carolina Dieckman. Depois disso, foi criticado por sua atuação em Um Só Coração e viveu o fotógrafo Carlos na insossa Começar de Novo. Atualmente na pele do simpático Hélio, de Alma Gêmea, o ator garante estar bem mais à vontade com a profissão.
Tanto que topou entrar no elenco da nova trama das seis logo depois da novela de Antônio Calmon. E vê vantagens até na pequena repercussão de seu trabalho anterior. "É claro que é bom ser notado. Mas, às vezes, o fato de ninguém falar nada é ótimo. Foi o momento de exercitar, de praticar sem ter ninguém comentando", pondera, com uma lógica bem particular.
Embora se preocupe com o "excesso de comentários", Erik parece não ligar muito para as críticas. Quando viveu o apaixonado Martim, de Um Só Coração, admitiu a dificuldade em controlar as gírias e a expressão corporal para dar vida a um personagem de época. Mas não titubeou ao ter a chance de repetir a dose. Agora, acredita que a experiência vá ajudá-lo a interpretar Hélio, que vive na década de 1940. "Não é fácil. Eles pegam você, penteiam todo diferente, colocam uma roupa estranha, jogam num cenário e dizem: ‘agora é 1940’", dramatiza, em tom de brincadeira.
Variedade
Além de precisar se conter na forma de falar, Erik ainda tenta se acostumar ao novo visual – os cabelos estão alisados e teimam em ficar partidos ao meio. "Tenho andado o tempo inteiro de boné", confessa o ator, que tem de se submeter a uma escova sempre que vai gravar. "Agora sei o que as mulheres sofrem. Aquele ar quente na cabeça é irritante, dá calafrios", resmunga. Mesmo nestes contratempos, no entanto, Erik enxerga pontos positivos. Um deles seria a chance de se livrar do estereótipo de "garotão de praia", como ele próprio define. "Um ator tem de fazer todos os tipos de papéis. E tenho conseguido isso", valoriza.
Para Erik, a diversidade de trabalhos vai além da necessidade que todo ator tem de se exercitar em vários gêneros de interpretação. A ausência de rotina foi um dos principais fatores que o levaram a escolher a profissão de ator. Antes da decisão, ele fez vestibular para Veterinária e Medicina e chegou a cursar Publicidade e Propaganda. Mas optou pela carreira artística porque não conseguia se imaginar "fazendo a mesma coisa todos os dias". "O ator está cada dia num lugar diferente, com pessoas diferentes, dizendo textos diferentes. Se ficasse fazendo sempre o mesmo tipo de personagem, seria chato", raciocina.
