É lugar-comum. Os críticos lamentam que M. Night Shyamalan tenha perdido a mão e enumeram seus fracassos desde A Vila, de 2004. O próprio Shyamalan tem uma visão diferenciada de suas, digamos, dificuldades. Em Cancún, em abril, no evento Sony of Summer, ele lamentou que Depois da Terra houvesse sido transformado pelos produtores em ‘filme de verão’, sendo lançado nesta época e sofrendo a concorrência de O Homem de Ferro 3 e Se Beber Não Case 3.

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Shyamalan é melhor que seus críticos – os que o desancam, pelo menos. Diz que seus filmes possuem elementos de blockbusters, mas não o são e isso produz um mal-entendido. Depois da Terra, admite, é o que tem mais atributos de um filme de verão, mas ele confiaria mais em suas chances se fosse lançado em outra época do ano. Vamos logo dizendo, ou melhor, reiterando o que todo mundo já sabe – Depois da Terra fracassou nas bilheterias dos EUA. Vamos, portanto, usar do próprio veneno dos críticos – o desempenho de bilheteria não é nem deve ser o único critério de avaliação de um filme, qualquer filme. Portal do Paraíso, de Michael Cimino, levou a United Artists à bancarrota e hoje é tido como ‘clássico’.

Sob um aspecto, pelo menos, Depois da Terra superou a expectativa do astro/produtor Will Smith. Em Cancún, aproveitando o pré-lançamento do filme – que ainda não estava pronto e do qual foram projetados somente trechos -, a Sony promoveu uma conferência internacional sobre meio ambiente com especialistas de todo o mundo. Will Smith participou online com cientistas da Europa e dos EUA – o filme, afinal, passa-se no futuro remoto, depois que a humanidade, por mais de mil anos, desertou da Terra. O planeta tornou-se inabitável por causa do homem e, agora, a nave que conduz Will Smith e o filho, Jaden, cai no planeta que virou, até como reação da natureza, uma armadilha para matar humanos.

DEPOIS DA TERRA – Título original: After Earth. Direção: M. Night Shyamalan. Gênero: Drama (EUA/ 2013, 100 minutos). Classificação:

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12 anos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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