Demônios em pele de anjo

Tidas como valores fundamentais na busca do bem, pátria e religião são, na verdade, o perfeito disfarce do mal, porque, embora fundadas sobre ideais de liberdade e fraternidade, sempre laboraram em prol do poder e da intolerância.

Tanto uma quanto outra decorrem da selvagem necessidade de se formar tribos, o que nos socorre na eterna luta por auto-definição e sobrevivência. Ocorre, contudo, que tribos fundam-se mais nas diferenças do que nas semelhanças. E essa é a origem de todos os conflitos. O sentimento de pátria, que é uma versão aperfeiçoada da necessidade animal de se demarcar territórios, acaba sempre custeado pelo derramamento do sangue dos mais jovens, sempre ávidos pelo reconhecimento e aprovação dos mais velhos. E a religião, que também se vale do sacrifício de mártires, utiliza a "voz de Deus" para satisfazer interesses, quase sempre políticos, de poucos, através do desamparo emocional de muitos.

E o resultado prático disso é que nenhuma praga ou catástrofe natural, nada mesmo, causou mais desgraças, destruição e mortes do que as cometidas em nome da pátria e da religião.

Djalma Filho é advogado djalmafilho68@uol.com.br

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