Enquanto as mocinhas de novela sofrem e choram, as vilãs se divertem com o decorrer dos capítulos. Em Maria Esperança, do SBT, que caminha para a reta final, a alpinista social Renata, de Fabiana Alvarez, aprontou poucas e boas. Na vida dela, o dinheiro sempre falou mais alto e nenhuma oportunidade foi desperdiçada. Mas nem com o encerramento da história, ela deve pagar pelas maldades cometidas. ?O que posso adiantar é que Renata se dá bem. Ela não se regenera, mas o destino é bom com ela?, antecipa Fabiana, em tom de comemoração.
A atriz festeja não só o final feliz de sua personagem, mas também a possibilidade que teve de encarnar mais uma figura de caráter duvidoso na tevê. Antes disso, Fabiana só tinha experimentado o prazer de interpretar uma vilã em Esmeralda, em 2004. Na maioria dos trabalhos, fez sempre mulheres do bem, corretas. ?Guardamos todas as emoções dentro de nós. E personagens más dão a chance da gente colocar para fora facetas que ficam escondidas?, analisa.
Apesar de Maria Esperança ser a nona novela da carreira de Fabiana, para muita gente seu rosto pode não ser tão familiar. A trajetória da atriz é marcada basicamente por novelas produzidas pela Record, antes da fase áurea iniciada com Prova de Amor. Entre os trabalhos está, por exemplo, a malograda Metamorphoses, de 2004, folhetim que sequer chegou ao fim. Fabiana teve uma única passagem pela Globo, mas com um papel pequeno. Fez a Zuleika, de O Clone. Entre os trabalhos que guarda com mais carinho está Juliana, de Louca Paixão, recentemente reprisada. ?As pessoas se lembram desse papel e até cantam a música da personagem quando me abordam?, conta a atriz.
Não se expor nas melhores vitrines da televisão não angustia a atriz que, aos 27 anos, afirma já ter realizado todos os sonhos na profissão. Aos 13 anos, ela saiu de São Carlos, no interior de São Paulo, para estudar teatro na capital do Estado. Tornou-se a primeira atriz da família e diz ser feliz porque não é obrigada a seguir uma profissão que não gosta para sobreviver. ?A emissora em que a gente trabalha não importa. Já fiz nove novelas, fui dirigida pela Bibi Ferreira no teatro. Estou satisfeitíssima?, enfatiza.
Ao contrário de sua personagem, que acredita que beleza e charme são qualidades para subir na vida, Fabiana não acredita em vantagens muito grandes para mulheres bonitas. ?A beleza abre portas na carreira, mas a médio e longo prazo não serve para nada se não houver talento?, defende a linda atriz, que é agenciada pela conhecida agência Elite. ?Mas nunca fui modelo. Estou lá porque disseram que eu era bonita?, completa.
Com o fim de Maria Esperança, a atriz diz que ainda não tem nada confirmado em relação ao seu futuro profissional. Revela que já houve sondagem da Record e até mesmo da Globo, mas que por enquanto sua vida ainda gira em torno de Renata. Entre seus planos, está a idéia de voltar a fazer aulas de balé e de sapateado, atividades que sempre praticou mas que foram colocadas de lado por causa do roteiro diário de gravações. ?Também tenho muita vontade de fazer cinema?, avisa.