As feições delicadas e o físico aparentemente frágil podem dar uma impressão de timidez. Mas basta pouco tempo de conversa para que transpareça a personalidade forte e determinada da atriz Maria Flor. A intérprete da romântica Tina de Cabocla sempre faz questão de demonstrar toda a sua vontade de trabalhar. “Um ator tem de fazer os testes, mandar bem e dizer: ‘Eu realmente quero fazer esse papel'”, ensina a atriz de apenas 21 anos. Foi pensando dessa forma que ela saiu de Malhação – seu primeiro trabalho na tevê – diretamente para a novela das seis. Ao saber que o diretor Ricardo Waddington estava selecionando o elenco de Cabocla e pretendia convocá-la para testes, Maria Flor não teve vergonha e foi logo dizendo a ele que gostaria muito de fazer a novela. “Eu peço, batalho mesmo”, admite.
Depois de alguns testes, Maria Flor conseguiu o papel de Tina e realizou um antigo sonho: fazer um trabalho de época. “Acho que tenho ‘cara de época’ e que o processo de composição é mais divertido”, justifica a atriz, que é fã dos figurinos e da maneira de como os personagens falam em um trabalho como esse. E laboratório não faltou a Maria Flor em Cabocla. Ela e outras mulheres do elenco passaram cerca de um mês em um haras no Rio de Janeiro aprendendo, entre outras coisas, a andar a cavalo, bordar, passar roupa com ferro a carvão, depenar galinhas e a limpá-las depois de mortas. “Isso era muito ‘eca'”, relembra a atriz, em tom de brincadeira. Mas apesar do ligeiro desconforto, Maria Flor considerou que a preparação foi bem completa e a ajudou muito a “entrar” no clima da época da novela.
Mas não foi só a “magia” de poder “voltar no tempo” que encantou a atriz. Maria Flor se identificou com Tina “de cara”, pois logo percebeu semelhanças com a personagem. “Ao mesmo tempo em que ela é uma mulher forte, não perde a meiguice e o romantismo. Eu também sou assim”, revela. A personagem utiliza sua persistência para conquistar o grande amor da sua vida, o peão Tomé, de Eriberto Leão, que sempre foi apaixonado por Rosa, a irmã de Tina que fugiu. Depois de muito insistir, Tina conseguiu se casar com Tomé e, segundo Maria Flor, sua personagem vai entrar em um momento mais próspero, já que está ao lado de Tomé e começa a se entender melhor com a mãe.
Gosto pela telona
Além de Cabocla, esse é um ano especial para Maria Flor também no cinema. Nos últimos dois anos ela participou de três filmes. Um deles, foi Cazuza – O tempo não pára, de Sandra Werneck, que estreou em junho. Maria Flor interpretou uma tiete que seguia o Barão Vermelho por todos os lados. A inspiração da atriz para esse papel foi a sua própria admiração pela banda Los Hermanos. “Nas gravações, eu pensava: ‘tenho de ser fã do Barão igual eu sou do Los Hermanos'”, revela. Os outros dois longas-metragens Diabo a Quatro, de Alice de Andrade, e Quase Dois Irmãos, de Lúcia Murat, devem estrear ainda este ano.