Monna (Deborah Secco) é casada com Tofano (Matheus Nachtergaele), mas diverte-se com o padre Masetto (Lázaro Ramos), que na verdade não é padre e também não esconde a tara que tem por Isabel (Leandra Leal), casada com Filipinho (Daniel Oliveira), que se deslumbra com o sotaque francês de Belisa (Fernanda de Freitas), prima da esposa. A apimentada ciranda amorosa de “Decamerão – A comédia do sexo” reestreia hoje à noite, na Globo, agora como microssérie de quatro capítulos.
Testado como especial de fim de ano, o folhetim volta à grade sob a direção de Ana Luiza Azevedo, Jorge Furtado e Guel Arraes. Voltada ao público adulto, a atração é, como define Furtado, bem delimitada. “Não tem palavrões e nenhuma nudez explícita”, esclarece. “Mesmo porque sexo de verdade não é engraçado. Tem de haver um limite e ele está bem marcado.”
Único casal fiel dessa animada história, Tessa (Drica Moraes) e Calandrino (Edmilson Barros) são os criados malandros de Tofano e são verdadeiramente apaixonados. Além do elenco, outro trunfo da microssérie é a harmonia dos diálogos rimados e bem articulados. “Não é nada ‘batatinha quando nasce’. São rimas pensadas, mas simples”, explica Furtado, que confinou o elenco por um mês no set montado na Serra Gaúcha. “É um lugar incrível, de fábula. Parecia que a qualquer momento a Branca de Neve ia aparecer.”
Em forte contraponto à onda de séries contemporâneas da emissora, como “Som & Fúria” e “Força Tarefa”, a opção pela atração de época foi defendida à risca pelo diretor: “Realismo não me interessa. Não ligo a TV para ver a vida real, para isso eu fico em casa.” E cutucou: “Acho um empobrecimento querer que seriado mostre a vida como ela é. O melhor exemplo disso são as novelas. Ou alguém realmente acha que na Índia se fala português?”