Débora Falabella interpreta personagens nada iguais a ela

O jeito reservado de Débora Falabella em nada lembra a destemida Léo, de “Agora É Que São Elas”. Ao contrário de sua personagem na novela de Ricardo Linhares, a atriz não se precipita nas suas respostas e quase não encara seu interlocutor. Mas tamanha timidez não esconde o talento dessa atriz de 23 anos, que estreou na tevê em 98 – mas despontou mesmo no ano passado, como a dependente química Mel, de “O Clone”. “Não sei o que vêem em mim para me darem personagens fortes, corajosos… Claro que é bom interpretar papéis assim. Mas, pessoalmente, não tenho esse perfil”, admite, com um leve sotaque que não nega as origens mineiras.

De fato, nem o jeito tímido nem o perfil “mignon” de Débora a impedem de “crescer” no vídeo. Mas sua projeção foi gradual. Aos 19 anos, fez uma participação numa das incontáveis fases de “Malhação”, em 98. Daí foi logo chamada para viver a rebelde Estela de “Chiquititas”, do SBT. Como as gravações da novela portenha seriam na Argentina, a atriz mudou-se em 99 com a cara e a coragem para Buenos Aires. Voltou para a Globo em 2001, onde fez “Um Anjo Caiu do Céu”. Na pele da descolada Cuca da novela de Antônio Calmon, chamou a atenção de Jayme Monjardim.

Do diretor de “O Clone” partiu o convite para ela viver a Mel na terceira fase da novela de Glória Perez. “Nunca imaginei que faria tão cedo uma novela das oito. Ainda mais com uma personagem tão especial. Felizmente, tive o tempo necessário para me preparar”, reconhece, com absoluta simplicidade.

Mas tempo de preparação foi tudo que Débora não teve para compor a líder comunitária Léo da novela das seis. Na verdade, a atriz soube através da imprensa que estaria escalada para viver a filha de Antônia, interpretada por Vera Fischer. Tão logo foi confirmada pelo diretor Roberto Talma, no início do ano, já começou a gravar.

O que mais assustou Débora, no entanto, foi saber que o meio de transporte predileto de sua personagem seria o cavalo. “Nunca havia montado e tive apenas duas semanas para aprender. Mas estou gostando… Tem tudo a ver com a personalidade da Léo”, pondera a atriz, que dispõe de uma dublê para as cenas mais difíceis.

Controlar um cavalo, porém, pode ser mais fácil para Débora do que controlar o riso quando contracena com Miguel Falabella e Marisa Orth. Os intérpretes do prefeito Juca Tigre e da primeira-dama Van Van – que reeditam a parceria surgida no extinto “Sai De Baixo” – não perdem a oportunidade para soltar piadas no “set”. “Não cheguei a parar nenhuma cena com vontade de rir. Mas, como o clima das gravações é sempre de brincadeira, é preciso ter muita concentração na hora de gravar”, entrega a atriz – que depois de muito negar qualquer parentesco com Miguel, recentemente descobriu que os dois têm um ancestral comum.

Outros palcos

Mas a televisão parece pequena para Débora. Atualmente, ela está na tela grande com “Dois Perdidos Numa Noite Suja”, uma versão cinematográfica feita por José Joffily para o texto teatral de Plínio Marcos. Já nos palcos, produz e ensaia “Noite Branca”, montagem do clássico de Fedor Dostoiévski que estréia em maio, em Belo Horizonte.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo