Débora Falabella está empolgada por encarnar a mulher de Juscelino

Débora Falabella, como uma autêntica mineira, fala baixo e é bem reservada até com seus gestos. Mas basta falar sobre a também mineira Sarah Lemos Kubitschek para se perceber imediatamente a empolgação de Débora. "Ah, comoela eu tenho esse orgulho de representar minha terra…", derrete-se a atriz de 26 anos, que vive a mulher de Juscelino Kubitschek na minissérie JK, que estréia no próximo dia 3 na Globo. Com uma voz um pouco mais firme e a postura mais ereta quando começa a falar sobre a personagem, Débora não disfarça o encantamento ao descrever os caminhos da composição de Sarah. Além de ler diversas biografias sobre Juscelino, ela se impressionou por mal encontrar documentos que descrevessem a ex-primeira-dama, principalmente quando jovem. "Mas a quantidade de pessoas que vêm falar comigo e contar alguma história da Sarah é impressionante. Sabe que mineiro adora contar um ‘causo’, né? Até minhas tias a conheciam", diverte-se.

Por isso a atriz tem se sentido tão à vontade na pele da geniosa moça da alta sociedade de Belo Horizonte, que se apaixona à primeira vista por Juscelino durante uma festa popular. Animada com a carreira de médico do namorado, Sarah logo o apresenta à família, que surpreendentemente, aceita o rapaz de origem humilde. Mas logo Sarah sofre sua primeira decepção: cada vez mais engajado com causas sociais, Juscelino resolve abraçar a carreira política, para o desespero da mulher, que não suporta política. Mas quando percebe que não pode ir contra a decisão de JK, apóia o marido e acaba se transformando na mais atuante primeira-dama, a primeira a se envolver em obras sociais. "Ela era muito inteligente e companheira dele. Sempre dava um jeito de dar a volta por cima", constata Débora.

 Para seguir fielmente a personalidade de Sarah, além dos depoimentos de conhecidos e parentes da mulher de Juscelino, a atriz contou com a intuição. Afinal, a construção de uma personagem histórica acaba limitando o ator, que não tem como fugir de características já pré-definidas do papel. "Por um lado é mais fácil, não preciso criar muito em cima. Mas dou a minha visão. Misturo a Sarah com a minha maneira de ser. Deu uma mistura boa", assegura Débora.

 Essa mistura se fundiu justamente na terra de Débora e Sarah, em cidades históricas de Minas Gerais, como Tiradentes e Diamantina, onde a atriz afirma ter "encontrado" a personagem. Mas foram nas gravações em Belo Horizonte, cidade natal da atriz, que Débora retornou às origens e muitas vezes se emocionou durante as cenas da sua segunda minissérie com Maria Adelaide Amaral – a primeira, em Um Só Coração, Débora viveu a judia Raquel. "A alegria foi contar um pouco da História do País justamente na minha terra", comemora a atriz, que garante não ter se preocupado com o sotaque mineiro durante as gravações. "Não quis puxar um sotaque que eu nunca tive e acredito que ela também não teria, pois era de família tradicional e ninguém falava sô ou uai", assegura.

 A única preocupação de Débora, no entanto, foi "preparar bem o terreno" na segunda fase para ser substituída por Marília Pêra na terceira fase da trama, a partir dos 40 anos de Sarah Kubitschek. Na "gestão" de Débora como Sarah, a primeira-dama, que vivia sempre à frente de seu tempo, ainda não havia sofrido tanto com os intermináveis abortos.

 Já na pele de Marília, Sarah consegue dar à luz a Márcia, de Andréia Horta e adota Maria Estela, personagem de Samara Felippo. "É bacana mostrar os traços dela ainda jovem, que poucos conheciam. O resto eu deixo para a Marília concluir. Que responsabilidade ser substituída por grandes atrizes, meu Deus!", exagera Débora, que recentemente fez a fase jovem de Carolina, personagem do longa A Dona da História, de Daniel Filho, onde depois foi "substituída" por Marieta Severo, na fase "coroa" da personagem. 

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