O mercado livreiro saúda e abre passagem para Nora Roberts (110 romances), Barbara Delinsky (70), Danielle Steel (mais de 40) e Barbara Taylor Bradford (14). Em comum: histórias que privilegiam o coração feminino, um universo de leitores acima dos 50 milhões em mais de 60 países e uma carreira literária relativamente curta.

Lágrimas da Lua (Bertrand Brasil, 322 páginas), segundo volume da Trilogia do Coração, de Nora Roberts, conta a história de Shawn Gallagher e Brend O’Toole. Shawn, talentoso compositor, sente-se tão feliz compondo quanto cozinhando no Gallagher’s, pub de sua família, em Ardmore, Irlanda. Seus irmãos sabem que Shawn é um sonhador, sem nenhum tino comercial para administrar os negócios da família e o lado prático do dia-a-dia. Brenda é uma excelente construtora, que trabalha com o pai construindo edifícios e projetando e confeccionado móveis. Shawn e Brend não investem em relacionamentos amorosos há anos. Mas Brenda sente algo especial por Shawn, que nunca percebeu o interesse da melhor amiga de sua irmã Darcy por ele.

Mais Que Amigos (Bertrand Brasil, 476 páginas) traz Barbara Delinsky numa história de amor que envolve tragédia. Os protagonistas são os Maxwells e os Popes, cujas mulheres foram colegas de quarto na universidade, os maridos são parceiros no mesmo escritório de advocacia, são vizinhos, e os filhos cresceram juntos. Um deles, Michael, de 13 anos, vê a mãe fazendo amor com o vizinho, corre e é atropelado. O motorista vem a ser justamente um ex-namorado de sua mãe.

Entre as (surpresa!) talentosas autoras de best sellers, Danielle Steel retorna às livrarias brasileiras, agora com O Casamento (Ed. Record, tradução de Geni Hirata, 448 páginas). Conta a história de Simon Steinberg, um famoso produtor de cinema, e Blaire Scott, uma premiada roteirista de TV. O casal está entre os mais respeitados e adorados de Hollywood. Quebraram todas as regras e (surpresa!) mantêm um casamento de décadas. Mas a rotina de felicidade sofre alteração quando um dos três filhos resolve se casar.

Com 29 anos, Allegra Steinberg trabalha como agente de grandes estrelas do cinema. Negocia grandes contratos e atende telefonemas dia e noite. Allegra tem pouquíssimo tempo para sua vida pessoal até que, um dia, um encontro casual com um escritor nova-iorquino vira sua vida de ponta-cabeça. De uma hora para outra Allegra está planejando seu casamento na casa de seus pais. Nessa história, Danielle Steel, na verdade, usa Hollywood como pano de fundo de um romance sobre sonhos e expectativas de um evento do cotidiano, um casório, mas capaz de mudar vidas para sempre.

O Triunfo de Katie Byrne é o mais novo livro de Barbara Taylor Bradford, escritora inglesa que vem a ser um dos trunfos da Editora Record do Brasil, um dos 88 países a incluí-la sempre na lista dos best sellers. Ela conta a história de Katie Byrne, que aos 17 anos, vê seu mundo de esperanças adolescentes ser frustrado por um crime, nos EUA, envolvendo suas duas melhores amigas, Denise e Carly. Um homem desconhecido estuprou e assassinou Denise e também atacou Carly, deixando-a em coma profundo, mas acreditando que ela estava morta. E sua história é narrada dez anos mais tarde, já em Londres, onde é uma brilhante estudante de teatro. Surge, então, uma grande oportunidade profissional, que faz com que ela reflita sobre toda a sua vida: a chance de estrelar uma peça na Broadway. Mas teria Katie coragem de voltar aos Estados Unidos?

Quando, enfim, ela toma a decisão, outra reviravolta afeta sua vida. A amiga, há anos inconsciente, acorda. E, com sua memória, ressurge a possibilidade de descobrir a identidade do assassino.

Desacertos amorosos

Finalista do Prêmio Jabuti 2002 por sua obra Cine Odeon, Livia Garcia-Roza agora empresta voz e alma a Solo Feminino (Coleção Amores Extremos da Record, 224 páginas). Uma novela sobre os desacertos amorosos, as expectativas – frustradas ou não – de se viver um grande romance. Os problemas e ansiedades mais comuns à mulher moderna, a eterna busca pelo amor ideal, ganham vida através da espirituosa Gilda.

Apesar da protagonista ter fino senso de ironia, vive uma vida insípida. Porém, sem lugar para a autopiedade e com situações dignas de uma comédia de costumes. Dividida entre a frieza da vida moderna e a saudade inconsciente de uma época mais amena, Gilda se equilibra numa existência regada de insatisfações generalizadas. Entre as principais, nunca ter tido um orgasmo e ainda morar com a mãe.

Para agravar o clima opressivo da casa, Gilda também divide o teto com seu tio, excêntrico e um tanto insano. Vive um romance clandestino com José Júlio, um homem casado que, obviamente, promete largar a esposa e nunca o faz. E é perseguida por um chefe tarado, capaz de deturpar seus poemas prediletos de Pablo Neruda, transformando-os em pornopoesia da pior espécie.

Livia, em suma, compõe uma sonata sobre a solidão da mulher. Uma sinfonia cuja nota dissonante é o poder feminino, nem sempre compreendido pelas próprias mulheres. Gilda é uma lutadora, uma sobrevivente romântica num mundo sem fantasias.

Aventuras de um sedutor

A Maldição do Macho, do paulista Nelson de Oliveira (Record, 224 págs.), conta a história de Rodrigo, um pintor brasileiro radicado em Londres, sedutor e convencido que o destino lhe persegue. Aos 33 anos, a perseguição se transforma em um problema real através de três gravuras eróticas muito misteriosas. A posse das figuras é contestada e Rodrigo, acusado de roubo. Mas ele é o verdadeiro dono: conseguiu os quadros em troca de favores sexuais.

O sexo é o elemento-chave desse romance, escrito com um estilo veloz e linear. Fala de acontecimentos nem sempre simples, mas muito presentes no cotidiano das pessoas. Tráfico de drogas, crimes, manipulação de sentimentos, mudança de papéis amorosos. O livro focaliza, principalmente, a eterna busca do homem pela satisfação sexual. A maldição do macho é o sexo mecânico, vazio, instintivo, que norteia a vida de muitos homens.

Em contraponto, está a ótica feminina. A mulher é vista como elemento em harmonia com os próprios anseios e sentimentos. O feminino traz dentro de si o fetiche, a possibilidade da realização masculina. Mas representa o oposto, a diferença e, portanto, algo a ser temido.

A Maldição do Macho é dividido em três partes. Todas relacionadas com os reinos do pós-morte: paraíso, purgatório e inferno. Mas isso não é mera coincidência. O protagonista – um homem que define a si próprio como ©o que ainda não alcançou a sabedoria, mesmo tendo dormido com um sem-número de mulheresª – é obcecado pelo número três, símbolo de síntese e essência na numerologia.

São três os reinos – mineral, vegetal e animal -, três as letras – mãe do alfabeto hebraico, os lados do triângulo e as trindades religiosas. E três são as gravuras que Rodrigo, aos 33 anos, é acusado de roubar. Fato que dá início à trama e apresenta o leitor a três mulheres distintas, mas com um segredo em comum.

Como ficar com quem se ama?

Amar é uma arte, mas mesmo assim não exige muito talento, pois basta um manual para tudo dar certo. É o que acenam a jornalista Rosana Braga e o neurolingüista Marcelo de Almeida em 10 Passos para um Grande Amor (Editora Mercuryo, com ilustrações de Márcio Baraldi, 206 págs.). O psicólogo texano Phillip McGraw também ensina resolver problemas conjugais – mas com menos passos – em Resgate Seu Relacionamento (Bertrand Brasil, 308 págs.), através de ©uma estratégia de sete passosª.

Depois de desacreditar totalmente nos relacionamentos afetivos constituídos no formato tradicional, Rosana Braga buscou respostas para suas incertezas na psicoterapia junguiana. Paralelamente, começou a pesquisar o tema e observar as relações de uma forma mais crítica e consciente. Sempre atenta às suas próprias relações, descobriu em si mesma o caminho que a conduziria ao encontro com seu grande amor. E para manter essa relação tão preciosa, foi percebendo que os pequenos detalhes são os que mais contam, que as pequenas atitudes do cotidiano é que fazem a grande diferença na manutenção dos sentimentos. Assim, tornou-se defensora da idéia de que o amor é construído passo a passo, e que nada, absolutamente nada pode garantir um final feliz, exceto a firme decisão de viver feliz um dia após o outro.

Algo parecido ensina o dr. McGraw, mas com três passos a menos. Segundo ele, a reconexão não acontecerá se a pessoa não se reconectar consigo mesma. Será preciso tomar o poder de volta e tornar-se alguém que exige qualidade, inspira respeito e não aceita senão um amor pleno e duradouro.

McGraw destrói dez dos mais populares mitos sobre o que deve ser uma boa convivência. Revela ainda os diversos tipos de ©espíritos mausª utilizados regularmente, muitas vezes de modo inconsciente, para acabar com os relacionamentos. Apresenta também os imprescindíveis valores pessoais do relacionamento, que deverão ser adotados para dar uma virada na vida a dois.

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