Danton Mello volta a trabalhar na Globo, onde iniciou a carreira ainda menino

Danton Mello sente que está voltando à Globo em grande estilo. O ator, que ficou cinco anos longe da emissora, tem boas razões para considerar especial o trabalho em Cabocla. A começar pelo fato de ser o “remake” de um sucesso e marcar a estréia de Edmara e Edilene Barbosa, filhas de Benedito Ruy Barbosa, autor da primeira versão, como novelistas. Isso ganha um significado maior porque Danton ficou amigo da família ao atuar na peça Socorro, Mamãe Foi Embora, escrita por Benedito, enquanto, no mesmo período, fazia uma participação em Terra Nostra, também do autor, justamente seu último trabalho na Globo.

E, antes de mais nada, Danton cresceu na emissora – sua estréia foi em 1985 na novela A Gata Comeu, aos dez anos de idade. “Voltar para a Globo é como voltar para casa. Ando por lá e cruzo com pessoas que praticamente me pegaram no colo”, romantiza.

Danton garante que não foi por falta de oportunidades que não trabalhou na Globo de 1999 para cá. Mas não apareceu um papel que o fizesse querer abdicar de projetos no teatro e cinema e se ausentar de São Paulo, onde morava até bem pouco tempo com a família. “É bom marcar a volta com um personagem bacana, com quem eu me identifico”, justifica o ator, que estava carente de um papel forte desde 1997, quando viveu Roberto Drummond, o narrador da minissérie Hilda Furacão.

Até por estar atuando em um “remake”, Danton já sabe que seu personagem vai render boas cenas em Cabocla. Neco, que na primeira versão foi interpretado por Kadu Moliterno, será uma espécie de líder político e chega a se tornar prefeito de Vila da Mata, onde a história é ambientada. No momento, o personagem, recém-chegado na cidade, está apenas voltado ao amor impossível que nutre por Belinha, vivida por Regiane Alves. “O Neco é forte, corajoso. Um cara que se preocupa com o povo e quer melhorar o que está a sua volta. Estou curtindo porque tenho valores parecidos, além de também ser romântico”, analisa.

Interior

O ambiente rural da trama é outro aspecto que agrada a Danton em cheio. Nascido em Passos, no interior de Minas Gerais, mas criado em São Paulo, o ator passou todas as férias da infância no sítio dos tios em São João do Nepomuceno, em Minas. “Está sendo um resgate andar a cavalo, por exemplo. Minha situação é parecida com a do Neco, que passou boa parte da vida estudando no Rio e volta para esse ambiente”, compara.

As férias na fazenda ficaram menos constantes quando Danton foi morar no Rio de Janeiro com a família, em 1984. A mudança ocorreu porque o irmão, Selton Mello, foi convidado para atuar em Corpo a Corpo, exibida pela Globo. De tanto acompanhá-lo nas gravações, Danton ganhou o papel em A Gata Comeu. Enquanto Selton cresceu dizendo que queria ser artista, Danton entrou na profissão por acaso. “Achava o trabalho divertido e só na época do vestibular fui me perguntar se era isso que queria fazer. Aí me decidi”, relembra o ator, que lamenta não ter feito faculdade e pretende cursar História assim que arranjar tempo.

Simpatia

Doce e simpático ao extremo, Danton tem uma postura simples. Ele mesmo diz que concorda com essa impressão, e atribui isso, entre outras coisas, ao fato de ter começado a trabalhar cedo. “Vejo pessoas que começaram ontem se sentindo estrelas e fico pasmo. Como digo para as minhas filhas, sou um contador de histórias e isso não me faz melhor que ninguém”, simplifica.

Precoce também na vida pessoal, Danton, que acabou de completar 29 anos, está casado com a escritora Laura Malin há 11 anos. Pai de Luiza, de três anos, e Alice, de seis meses, é um autêntico pai “babão”. “A vida passa rápido e não quero deixar de ver minhas filhas crescerem. Por isso, esse ano vou fazer apenas a novela”, enfatiza. Em cartaz no cinema com o longa Benjamim, de Monique Gardenberg, ele aguarda as estréias de Tudo Isto É Fado, de Luiz Galvão Teles, e O Preço da Paz, de Paulo Morelli, ambos para este ano. “Voltei com tudo”, conclui, orgulhoso.

A maior satisfação de Danton Mello na carreira é circular entre tevê, teatro e cinema e não ter feito novelas apenas na Globo. Experiências na extinta Manchete e no SBT são vistas como fontes de aprendizado. Na Manchete, fez a segunda novela da carreira, Novo Amor, e, mais tarde, Guerra Sem Fim. Já no SBT, atuou em Dona Anja, em 1996, e, no ano passado, em Jamais Te Esquecerei. “Acho legal ser tão jovem e ter feito de tudo um pouco”, valoriza.

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