Astro do cinema desde criança, quando encarnou pela primeira vez o bruxo Harry Potter, Daniel Radcliffe, hoje com 23 anos, perdeu o posto de estrela entre os amigos próximos ao anunciar que atuaria ao lado de Jon Hamm (o Don Draper de Mad Men) na série A Young Doctor’s Notebook, que estreia no Brasil no dia 19 de julho, na HBO.
“Tenho umas amigas que são fãs dele. Elas me pediram muitos autógrafos e visitas ao set. Mas eu não faria isso”, conta. Na atração, inspirada nos textos autobiográficos de Mikhail Bulgakov, ele vive o atrapalhado médico Vladimir Bomgard, que começa na profissão em um vilarejo russo às vésperas da revolução. Enquanto tenta lidar com os habitantes pouco educados, em condições precárias de atendimento, ele conversa com seu alter ego no futuro, vivido por Hamm, apesar na falta de semelhança dos dois.
Ao mesmo tempo em que pede dicas ao doutor 20 anos mais velho, o jovem divaga sobre a vida e até briga com o Vladimir do futuro na frente dos outros, que não entendem bem a situação, já que não o veem. Por se tratar da mesma pessoa em fases distintas da vida, os atores tentam marcar os trejeitos em comum e os diferentes.
“Conversamos sobre algumas coisas da performance de cada um. Ele deu a indicação de situações em que ele faz quando fica nervoso, brinca com a orelha. A jornada dos personagens é ao contrário. O meu é um jovem estudante de medicina em pânico procurando seu rumo. O dele é mais maduro e está brigando com seu idealismo, tentando reaver a energia de quando era jovem”, analisa.
Radcliffe teve de encarar cenas de cirurgia e até de amputação, nas quais não teve a frieza de um médico de verdade. “A perna que eu tive de amputar era nojenta. E era muito bem feita, tinha a pele, o osso, os músculos. Fizeram toda a parte interna. Foi bem nojento. A garota que teve de deitar e tirar a perna foi brilhante. Ela parecia não ter sido afetada pelo sangue falso que escorria”, contou o ator britânico ao Estado, em uma teleconferência com jornalistas da América Latina.
Mesmo com um médico à disposição para consultas no set, o artista se inspirou nos relatos de pessoas próximas para as sequências com pacientes. “Eu falei com amigos que estudam medicina. Perguntei sobre as experiência ruins das primeiras cirurgias deles.”
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.