Curitiba tem conservatório de cinema

Tratar o cinema como arte intimamente integrada à tecnologia e ter uma espécie de conservatório em que a teoria e a prática possam ser discutidas e aprofundadas diariamente são as metas do cineasta e educador norte-americano Steven Richter, que colocou em funcionamento, em agosto, a Academia Internacional de Cinema de Curitiba (Aicc). Ao fim do primeiro semestre, ele vibra: "Foi melhor do que imaginávamos." Tanto que, com sua mulher e co-fundadora, a jornalista Flávia Rocha, está atrás de um novo barracão. Os cerca de 500 metros quadrados atuais, no bairro Rebouças, ficaram pequenos.

As instalações são semelhantes a uma produtora. Aliás, no segundo ano deve começar a funcionar uma, a L1 Films, que terá entre seus sócios os próprios professores da Aicc. Ligada a ela surgirá também a L2 Films, uma espécie de produtora-laboratório, gerenciada pelos alunos. "Mas os projetos serão feitos em parceria com os professores e profissionais", afirma Flávia. A partir deste ano também deve ser reforçado um projeto de formação de atores, em parceria com a escola paulista Câmera, Ação!.

De acordo com Richter, o cinema brasileiro tem se fortalecido nos últimos anos, atraindo a atenção de profissionais de outros países. Assim como também alguns professores. "Querem tirar o ano ou o semestre sabático (descanso) e oferecemos a eles a oportunidade de vir até aqui e aproveitar para escrever roteiros", diz Richter. Unindo o útil ao agradável, os custos ficam menores para a Aicc. Segundo o fundador, isso permite que os alunos tenham contato com profissionais ativos no mercado e não apenas acadêmicos.

Entre os que já passaram por Curitiba no ano passado e que devem retornar estão o produtor alemão Tobias Kohl, o diretor norte-americano Joshua Leonard e o editor norte-americano Mark Robin.

Para o próximo ano estão confirmados, entre outros, o diretor de fotografia polonês Grzegorz Kedzierski, o diretor norte-americano Loren Marsh e o diretor iraniano Amir Naderi. Além da presença de brasileiros, como o fotógrafo Carlos Ebert e a design de som Simone Alves.

Dos 64 alunos que se inscreveram para a primeira fase do curso, em agosto, 57 persistiram, encerrando o chamado filmworks, período em que tiveram contato com todas as etapas da confecção de um filme. Entre eles um estudante francês e um português, além de representantes de quase todos os estados brasileiros. Os alunos produziram filmes particulares e outros em grupo, tendo ao dispor equipamentos modernos tanto para os trabalhos internos quanto para os externos. "Como a maioria dos alunos vêm de outros estados para um lugar que não conhecem, eles se tornam muito coesos, são muito dedicados", elogia Richter.

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