Curitiba sofre com a falta de espaços para espetáculos

A vinda de peças de teatro para Curitiba está cada vez mais intensa. No entanto, várias peças realizadas por produtores de Curitiba, com produções e atores locais, têm suas apresentações prejudicadas pela ausência de grandes teatros, que no momento, estão fechados.

Um exemplo é o Teatro Antônio Carlos Kraide, no Museu Metropolitano de Arte do Centro Cultural do Portão, em Curitiba, que já abrigou várias peças. Para Julio César Miranda, um dos diretores do Grupo Lanteri, que realiza a encenação da Paixão de Cristo, qualquer perda de locais culturais como o Teatro Antônio Carlos Kraide, é lastimável. “É importante que tenhamos mais espaços populares para emplacar produções feitas em Curitiba”, diz.

Ele conta que um dos motivos que causam o fechamento destes espaços culturais públicos é a falta de assistência e investimento por parte da administração de Curitiba.

“Com o tempo, esses espaços começam a decair até não oferecerem mais assistência e segurança. São vários problemas que, juntos, causam a interdição do espaço. Acredito que a parceria entre a iniciativa privada e a pública seja o melhor caminho para a recuperação do prestigio desses lugares atualmente ociosos”, estima.

A Opera de Arame, por exemplo, já foi utilizada inúmeras vezes como palco de shows e peças, porém, sua arquitetura e preço de locação não agradam os produtores.

“A Ópera de Arame é um lugar lindo, mas que infelizmente não oferece uma acústica ideal para realização de peças de teatro. Além disso, o valor investido para produzir eventos é muito alto”, conta Miranda.

Porém, a realidade apontada por Rosário já está mudando. “Hoje Curitiba está muito melhor que antigamente. Há oito anos, por exemplo, estávamos sem vários teatros que existem hoje.

Muita coisa já está sendo feita, esperamos que o movimento de mudança continue e torne Curitiba ainda melhor no cenário teatral”, diz o ator da companhia de Teatro e Cinema Processo Adriano Esturilho.

Exemplo disto é a recente revitalização feita pela Fundação Cultural de Curitiba (FCC) no Teatro Cleon Jacques, no Parque São Lourenço. “O Cleon Jacques é um espaço incrível, que já revelou inúmeros talentos nacionais”, diz Esturilho. Além desse, o Teatro Novelas Curitibanas também foi modificado.

“O Novelas Curitibanas reabriu depois de muito tempo com uma nova política. O local já abrigou inquilinos no mínimo curiosos. Hoje, é um belíssimo lugar, que por si só já é um personagem por conta de sua história”, explica do ator.

Ao passar pela Praça Santos Andrade, no centro de Curitiba, poucos sabem que ali existe o Teatro Experimental da Universidade Federal do Paraná (Teuni). “Um local que existe há mais de dez anos, mas não é reconhecido pelos curitibanos. É um ótimo espaço, com arquibancadas moveis e localização privilegiada, mas, infelizmente, recebe pouquíssimos espetáculos”, diz o Esturilho.

A FCC informou que Centro Cultural do Portão, que abrigava o Teatro Antônio Carlos Kraide, está com suas as obras de reforma prestes a começar. Além do teatro, voltarão a funcionar o Museu Metropolitano de Arte, o teatro cine Guarani e ainda serão construídos uma brinquedoteca, um novo espaço de convergência e um clube de xadrez. A previsão para a conclusão da obra é para o final do próximo ano.

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