Curitiba está a poucos meses de receber a sua primeira Bienal Internacional do Livro. Um presente para a cidade e para os curitibanos, que terão a oportunidade de estarem mais próximos dos processos que antecedem e que sucedem a criação de um livro.

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Entre os dias 27 de agosto e 4 de setembro, o Expo Unimed Curitiba sedia a 1.ª Bienal Internacional do Livro da cidade, com expectativa de reunir mais de 400 mil visitantes nos nove dias do evento.

Expositores, escritores, intelectuais, estudantes, profissionais e o público da cidade poderão participar do mais importante evento literário do Paraná com oportunidade de divulgar e conhecer obras, trocar informações e se aproximar de autores de renome da nossa literatura.

“A Bienal de Curitiba está sendo montada com o propósito de resgatar o sentido original de uma Bienal, que a de São Paulo e do Rio perderam, que é de unir a educação com a cultura”, explica o curador do evento, o dramaturgo, escritor, cronista e filósofo, Alcione Araújo.

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Para ele, a venda de livros é muito importante em um evento como esse, mas a aproximação do leitor com o mundo da literatura é muito maior. Por isso, a 1.ª Bienal Internacional de Curitiba terá como principal objetivo juntar a educação e a cultura.

“No Brasil, a educação e a cultura não andam juntas. A educação serve somente para a profissionalização do indivíduo, quando na verdade, o certo seria que ela o orientasse e lhe encaminhasse à cultura, ensinando, não somente para se ter uma profissão, mas também para entender e apreciar a cultura em seus diversos meios”, diz Alcione. “O foco desta Bienal é a educação, a cultura e o meio ambiente.”

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Essa preocupação não é à toa. Além da necessidade local, o projeto da Bienal também saiu do papel em função de uma triste realidade brasileira com relação à leitura. Segundo estudo publicado no site do Ministério da Cultura, cada brasileiro lê, em média, 1,8 livro/ano.

Para se ter uma idéia do abismo que separa o Brasil dos países desenvolvidos, a média nacional representa menos da metade do que se lê nos Estados unidos (cinco livros per capita) e na Europa (entre cinco a oito livros lidos por habitante).

Uma boa notícia é que apesar de ainda baixos, os índices de leitura no País vêm aumentando a cada ano, e uma das razoes são os eventos que promovem e estimulam o acesso aos livros como bienais, feiras do livro e atividades em escolas e universidades.

“Nós queremos que o público venha, discuta, interaja, porque se a Bienal tiver uma resposta boa dos curitibanos ela se consolida”, avisa o curador. O espaço será dividido em área de exposições e atrações, onde serão realizados debates e promovidos sessões de bate-papo com personalidades do meio literário, lançamentos, sessões de autógrafos, atividades lúdicas, e muitas atrações para crianças, jovens e adultos.

Haverá também um espaço exclusivo e de destaque para os autores paranaenses. A ideia é despertar a curiosidade do público diante da produção literária local e valorizar autores consagrados e incentivar novos talentos.

A realização da Bienal é de responsabilidade da Agência Esfera, de Curitiba, que em comemoração a seus 10 anos de fundação, se uniu a entidades literárias, autoridades do setor publico e privado para promover o evento.

“O ponto de partida para a realização da Bienal foi a necessidade de Curitiba ter um evento diferente, compatível com o nível e a condição cultural da cidade”, explica Julcio Torres, diretor da Esfera e mentor do projeto.

Os nomes confirmados até agora para participar da Bienal são: Cristóvão Tezza, Ignácio de Loyola Brandão, Laurentino Gomes, Fabrício Carpinejar, Miguel Sanches Neto, Domingos Pellegrini, Pedro Bandeira, Julio Emílio Braz, Isabel Parolin, Ernani Buchman e Alcione Araujo. <,br />
A 1.ª Bienal Internacional do Livro de Curitiba contará com uma estrutura de cerca de 8.365 metros quadrados reservados para as atividades. Serão aproximadamente 258 estandes espalhados pelo local, auditórios, espaços para cafés e praças, com opções de produtos de editoras, distribuidoras, gráficas, livrarias, de todo o País e do exterior. Livreiros da Argentina já confirmaram presença.

“A ideia desta Bienal é não repetir erros antigos, é trazer uma proposta inovadora, que se encaixe no perfil dos curitibanos, no tamanho e nas peculiaridades da cidade; e que seja original”, afirma Alcione. “Toda a tentativa pode haver insucesso, mas se você não fizer e não tentar, você já está antecipando o insucesso”, finaliza.