A recessão fez o mercado editorial encolher 21%, mostra pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) sobre o período 2006-2017, divulgada ontem. As perdas somaram R$ 1,4 bilhão. À expansão experimentada entre 2006 e 2011, quando o faturamento chegou a R$ 7 bilhões (corrigidos a valores de 2017 pelo IPCA), seguiram saldos negativos nos últimos três anos, com queda de 20%.

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Na série histórica, o segmento que mais caiu nesses doze anos foi o de obras gerais (literatura adulta e infantojuvenil, biografias etc.): 42%. O menos atingido foi o de livros religiosos, decréscimo de 1,2% – é o melhor desempenho entre os subsetores. A participação das vendas para o governo era 21% em 2006, chegou a 29% em 2011 e em 2017 era 24%.

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A pesquisa foi encomendada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel). Além da crise, a instabilidade política também prejudicou o setor livreiro, assim como a indústria nacional como um todo.

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“A queda foi maior do que a do PIB, isso a despeito do crescimento da população”, disse a economista Leda Paulani, coordenadora da pesquisa desde 2008. “A instabilidade política adiou investimentos da indústria e levou o consumidor à insegurança na renda. Se a pessoa perde o emprego, pensa duas vezes antes de comprar um livro”.

O setor está otimista. “Espero que a gente já tenha chegado ao fundo do poço. O mercado caiu de tal maneira que editoras e livrarias se reorganizaram, para reverter o quadro. Neste ano, o varejo já viu crescimento”, acredita o presidente do Snel, Marcos da Veiga Pereira.

As livrarias também veem 2018 com bons olhos, apesar da redução do número de lojas de 20% de 2013 para cá – o Brasil tem hoje cerca de três mil, segundo a Associação Nacional de Livrarias – e dos atrasos nos pagamentos às editoras. “O mercado está em transformação, não vejo uma catástrofe”, considera o presidente da ANL, Bernardo Gurbanov.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.