A crise dos refugiados tem sido um tema recorrente, em especial do cinema europeu. Nada mais compreensível, posto que a Europa se defronta com o choque das levas de migrantes que buscam refúgio em países que lhes fecham as portas. O húngaro Kornél Mundruczó propõe uma abordagem surreal do problema.

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Seu longa fez sensação em Cannes no ano passado. É bem filmado, apresenta um trabalho sensacional de câmera. Mesmo assim, dividiu a crítica.

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De cara o filme lança o público na corrida de uma van com refugiados em crise. Gritos, choro, desespero – e a repressão que caça essas pessoas sem piedade. Do grupo participa Aryan, fugitivo da Síria. Ele é preso, levado a um centro de refugiados. Está para ser deportado. Ocorre o improvável. Aryan tem a capacidade de… voar. Ele voa, e são cenas impressionantes. Mas o filme desconcerta. Se é para metaforizar alguma coisa, o que representa exatamente esse voo de Aryan? O filme aborda muita coisa, mas a questão central é Aryan e seu voo. Religião, milagre, fé, sacrifício, redenção. Por desconcertante que seja, a experiência permanece com o espectador.

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Lua de Júpiter / Jupiter Holdja (Hungria, Ale/2017, 123 min.)Dir. de Kornél Mundruczó. Com Merab Ninidze, Zsombor Jéger

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.