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Criadora de ‘Steven Universo’ conta dificuldade para exibir cena de casamento gay

O Steven Universo criou um novo marco ao mostrar, pela primeira vez na história das animações infantis da TV, um casamento entre pessoas do mesmo sexo. Rubi e Safira se casaram em um episódio que foi ao ar no Cartoon Network há um mês nos Estados Unidos. Entretanto, chegar a esse episódio foi um processo longo e cuidadoso, e Rebecca Sugar, criadora da série, deu mais detalhes disso em entrevista ao Entertainment Weekly.

Ela contou que as conversas sobre o relacionamento de Rubi e Safia vêm de 2014, quando as características delas estavam sendo desenvolvidas e a natureza de Garnet (personagem que é uma fusão das duas) estava sendo criada. Em 2015, foi ao ar Libertador, último episódio da primeira temporada de Steven Universo, que mostrou a ligação das duas pelas primeira vez.

“Foi aí que eu comecei a me deparar com as limitações do que eu poderia fazer. E daí em diante, enquanto estávamos desenvolvendo a relação delas, porque no nosso desenho a gente se dedica a criar relações entre os personagens, a injustiça absoluta de ser capaz de desenvolver certos relacionamentos e ter um teto para desenvolver outras relações entre personagens era muito clara”, contou Rebecca.

O plano era já mostrar a relação amorosa de Rubi e Safira desde então. Entretanto, na época o casamento entre pessoas do mesmo sexo ainda não era legalizado nos Estados Unidos. “Eu acabei tendo muitas conversas, na quais fui avisada de que o desenho não poderia ser algo categorizado como conteúdo gay e que havia um limite do quanto poderíamos mostrar essas personagens, quanto elas seriam próximas uma da outra”, relatou.

Em junho de 2015, o casamento homossexual nos EUA foi legalizado e, com o passar dos anos, a representatividade LGBT foi ganhando mais importância e o discurso contra a homofobia mais força em diversos setores da sociedade, inclusive no entretenimento. Em julho deste ano, Steven Universo exibiu o casamento de Rubi e Safira no episódio Reunidas. E Rebecca comemora.

“Nós fomos capazes de enfrentar e o único jeito de fazer isso era mostrar o quão incríveis as personagens são e quão adorável é o amor delas. Só poderia haver um motivo para não mostrar isso para as crianças, e esse motivo não é justo, então tem de desaparecer”, disse.

“Precisamos mostrar para as crianças [homossexuais] que elas pertencem a esse mundo. Você não pode esperar elas crescerem para falar isso para elas, ou o estrago já estará feito. Quando você não mostra nenhuma história infantil com personagens LGBT e elas crescem assim, elas não vão contar suas próprias histórias porque vão pensar que são inapropriadas, e vão ter uma boa razão para pensar assim, porque foi isso o que elas aprenderam na infância”, opinou.

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