Começou, em setembro de 2004, com uma biblioteca de pouco mais de 2 mil títulos na Estação Paraíso do Metrô de São Paulo. O nome do projeto – Embarque na Leitura – soou como um convite, atendido por um bom número de usuários do transporte público. Depois de se espalhar por outras quatro estações da cidade, e também por duas cariocas, uma recifense e uma porto-alegrense, os livros ganharam ontem outro endereço: a Estação Brás da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
“É a primeira biblioteca brasileira em uma estação de trem”, afirma o diretor do Instituto Brasil Leitor, William Nacked. A organização social, com 211 funcionários, é a responsável pela criação, instalação e gerência do projeto. Com acervo inicial de cerca de 2 mil livros de diversos gêneros – literatura, filosofia, religião, artes, história, autoajuda -, a biblioteca deve se aproveitar do grande movimento da estação, por onde circulam, todos os dias, 450 mil pessoas.
O presidente da CPTM, Sérgio Avelleda, diz acreditar que a “disseminação da cultura” é um compromisso da companhia. “Nossa prioridade, evidentemente, é o transporte. Mas temos espaço para outras políticas públicas”, explica. “Faz muito tempo que queríamos agregar à CPTM esse projeto que faz tanto sucesso no Metrô.” Desde que começou, há cinco anos, o Embarque na Leitura atraiu 36 mil leitores cadastrados, com 345 mil empréstimos de livros, só em São Paulo. Considerando as estações de outras capitais brasileiras, são 42 mil leitores e 443 mil empréstimos. O índice de não-devolução é de apenas 0,24%.