O corpo da cantora Mercedes Sosa será cremado amanhã no cemitério de La Chacarita, em Buenos Aires. Uma parte de cinzas será espalhada em sua província natal, Tucumán, no norte do país.
Outra parte será colocada em Mendoza, província a qual Mercedes declarou grande amor. O restante das cinzas permanecerá em Buenos Aires, cidade onde morava há décadas.
A cantora faleceu na madrugada de hoje, aos 74 anos, vítima de problemas renais e hepáticos que foram agravados desde a quinta-feira passada com complicações cardíacas e respiratórias.
O corpo de Mercedes está sendo velado no Congresso Nacional. Ao longo do dia, fãs e amigos acumulavam-se em uma longa fila do lado de fora do prédio para darem o último adeus à cantora.
Políticos e intelectuais argentinos expressaram seu pesar pela morte da cantora, que foi a “voz” dos exilados argentinos durante a última Ditadura Militar argentina (1976-83). Nos anos 70 e 80 foi símbolo da resistência às ditaduras militares na América Latina.
Mercedes Sosa trabalhou intensamente até poucas semanas atrás. No ano passado, em declarações à imprensa, havia sustentado que continuaria cantando “até os últimos dias” da vida, tal como uma cigarra. A intérprete havia sido internada no dia 18 de setembro na clínica de la Trinidad, no bairro de Palermo.
Mercedes Sosa possuía um vínculo especial com o Brasil, país onde esteve dezenas de vezes e possuía muitos amigos. Com vários deles protagonizou duetos que entraram para a história da música latino-americana. Entre as parcerias, ela cantou com Chico Buarque, Milton Nascimento, Gal Costa, Beth Carvalho e Maria Rita.